quinta-feira, 29 de abril de 2010

ONDE E QUANDO 08

A estrada asfaltada e ajardinada da fantasia (ignorância) leva para o abismo.
Quem está voando e vê as pessoas nela, em alta velocidade para o desconhecido, as adverte, mas elas não acreditam que possa haver perigo numa via tão atraente e maravilhosa e continuam acelerando.
Todo ignorante é cego. Completamente ignorante, completamente cego. Parcialmente ignorante, cego de um olho ou deficiente nos dois.
O que é pior: o cego não sabe sobre o que não está vendo e nunca viu, assim não podendo imaginar o que se descreve para eles. O ignorante também, ao ponto de não querer ouvir sobre o que não sabe.

Alguém já disse: “Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe!”

Não adianta insistir, porque ninguém pode estar acima do seu nível de evolução e não se eleva sem muito esforço e sacrifício, ou seja, sem muito viver e experimentar, sofrendo por não saber das coisas, até aprender.
Há quem precise se ligar a muitos corpos, em vidas sucessivas, para subir um degrau e ver um horizonte maior e melhor. Quem acha que isso é mentira e não faz nada para descobrir a verdade, fica ali, vida após vida, como o aluno que fica na escola sempre na mesma série do curso, ano após ano.
É um repetente!

O bem que se recebe gratuitamente não serve à evolução.
Por isso, o esforço deve ser individual, porque só o indivíduo grava a experiência sofrida e o resultado desta.
A caridade está em refletir a luz que se recebe e não em distribuir os bens que se adquire com esforço e sacrifício, pois isto apenas acomodaria quem os recebesse e atrasaria sua evolução.
A luz apenas ilumina o caminho, cabendo a cada indivíduo trilhá-lo com denodo e determinação, vivendo a experiência e aprendendo com ela, registrando os resultados e os divulgando, para que todos se beneficiem com seu exemplo.
Encontrar e aceitar companhia na trilha é parte da experiência, mas cada um deve andar com os próprios pés, ver com os próprios olhos e assim por diante, com cada um dos cinco sentidos físicos.

NÃO É POSSÍVEL EVOLUIR COLETIVAMENTE. AINDA QUE ESTEJAM MUITOS NUMA MESMA ESTRADA, NUM MESMO MOMENTO, CADA INDIVÍDUO FAZ O PRÓPRIO ESFORÇO, COLHE AS PRÓPRIAS RESPOSTAS PARA SUAS PERGUNTAS E AS MANDA PARA SEUS NEURÔNIOS PROCESSAREM, DAÍ RESULTANDO UM NOVO CONHECIMENTO, SÓ PARA ELE.

Os demais caminhantes terão também seus processamentos e seus próprios resultados.
A troca desses resultados pode contribuir para que todos tenham uma resposta coletiva e um aproveitamento coletivo desse conhecimento, enquanto estão na mesma estrada.
Ao fim desta, iniciando-se outra, tudo vai depender de quem segue um ou outro caminho, porque sempre há egos em evolução, individualmente.
Tudo se resume a uma única pergunta e sua resposta: onde e quando se está na estrada.
As experiências dependem do lugar e do momento em que se vive e não das companhias que se tem.