quinta-feira, 8 de abril de 2010

ONDE E QUANDO 05

Hoje, dia mundial de combate ao câncer, temos todos um marco histórico cravado, na luta contra as doenças, todas elas. Não é um grande feito, mas é inovador.
Pela primeira vez se fala em BENEFICÊNCIA PREVENTIVA como conceito.
Mais que isso, deu-se o primeiro passo para institucionalizar a medicina preventiva numa sociedade beneficente no setor da saúde.
Isto aconteceu às 10 horas, com uma palestra da Dra. Clarissa Mathias, no auditório do Centro Médico do Hospital Português da Bahia, falando sobre “prevenção de câncer”, dentro de um programa de lançamento da revista “Imagem Real / HP Vida Saudável” desse hospital da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro”.

Toda boa matéria jornalística começa com um “lead” no qual se responde às perguntas “o que”, “onde” e “quando”. Cumprida essa parte, vou agora aos detalhes.
Há muito tempo se fala em “medicina preventiva” como a solução para acabar com as doenças no mundo. Em verdade, ninguém deveria nascer doente, mas isso acontece, sim, por razões genéticas ou por uma gestação irresponsável. Na maioria dos nascimentos, contudo, poder-se-ía garantir que uma pessoa, nascendo com saúde perfeita, a manteria assim, por toda a vida, se não provocasse ou permitisse ações contra o próprio corpo e a própria mente.

É evidente que é possível nunca estar doente, em toda a vida, mas o ser humano é educado para aceitar a doença como um mal necessário às suas opções de vida, seja pelas agressões POR ELE MESMO impostas ao seu organismo, seja pelo ambiente escolhido para viver, seja pelo relacionamento com pessoas já doentes. Tudo isso evitável, quando se tem a devida informação em tempo hábil.
Certa vez, ouvi de um colega engenheiro, a quem aconselhei não fumar, uma resposta incompativel com o seu nível de educação: “prefiro morrer a deixar de fumar”.
Em outra vez, disse a uma colega professora da Universidade, que fumava sem parar: “não posso confiar em você, porque se você não cuida da própria vida, vai cuidar da minha?”
Quando somos informados e cuidamos dos nossos interesses, facilmente perdemos amigos, somos mal vistos pelas pessoas e acusados de “egoistas”.

Algum tempo atrás, tive uma idéia: “a beneficência na área da saúde não precisa esperar que o indivíduo fique doente para curá-lo, mas, ao contrário, será ainda maior se conseguirmos evitar que fique doente”.
Por que ninguém pensou e tratou de institucionalizar esse procedimento, só realizado ocasionalmente? Porque nenhuma instituição de saúde dispôs-se a isso.
Levei, então, essa proposta à Diretoria do Hospital Português da Bahia, da qual sou membro, associando-a a um programa de “marketing” que criava uma revista cujo conteúdo seria dedicado à informação, à educação e a campanhas de prevenção da doença, através do saneamento básico, da higiene em geral, da alimentação saudável, do exercício físico, da atitude mental associada a posturas morais e éticas, entre outras práticas. Uma revista a ser distribuída gratuitamente aos milhares para todos os segmentos da população.
Hoje, no HP, foi lançada essa revista.
Hoje, portanto, começa sua trajetória no sentido de tornar viável a “beneficência preventiva” como um procedimento banal, ao alcance de todos. Um procedimento que só não interessa a quem lucra com a doença.

Divulguem essa idéia. Na próxima quarta-feira terão outra.