sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O QUE É BOM PRA TOSSE


Crônica científica

Fui ao centro da cidade, na manhã de hoje e como sempre, a pé. Passando pelo Forte de São Pedro, vi e ouvi pela segunda vez uma mulher a andar e mercar "cartilagens de tubarão e sebo de carneiro capado" como milagrosos remédios para alguns males. Não é a única pessoa, nesta cidade do Salvador, que ganha dinheiro a competir com as farmácias, algumas das outras entricheiradas em barracas de feiras populares ainda muito carregadas de folclore, neste Terceiro Milênio depois de Cristo. Estão inseridas marginalmente numa atividade que ficou conhecida corretamente como Fitoterapia, porque utiliza com mais frequência as plantas, com funções curativas.

A questão que se coloca é se isto é ciência ou apenas folclore com resultados positivos por razões psicológicas. Não será nesta tentativa de marcar o fenômeno no tempo, como registro da realidade, que iremos explicar tudo, mas, passo a passo, ontem, hoje e amanhã, sempre podemos contribuir com um enfoque realmente científico da proposta de iluminar os mistérios, dos quais há quem fuja, como o diabo, da cruz (assim dizem...). Sempre mostrando que Ciência não é nenhum bicho de sete cabeças.

Algo que nos parece digno de nota é que muita gente dotada de intelectualidade procede como bicho, na sua animalidade, pois não se deixa de ser animal para ser intelectual. O intelectual é o animal que além do movimento próprio (anima ou alma), ao evoluir, adquiriu inteligência ou intelecto (intellectu). É desejável que o intelectual continui usando sua animalidade para praticar esportes e dançar, por exemplo, mas não faça apenas isso e explore sua intelectualidade sediada sobretudo no cérebro mas de fato em todo o sistema nervoso, não apenas para melhorar os movimentos que podem ser artísticos, por exemplo, mas igualmente a memória (adquirindo conhecimento) e o raciocínio (processando esses dados) cada vez mais volumosa e rapidamente. É exatamente esse aumento da memória e da velocidade de seu processamento que está levando os intelectuais a evoluir para tornarem-se sapienciais. Esta nossa proposta de abordagem é diferente daquela que Charles Darwin concebeu, mas não podemos fazer nada, a respeito. O modo de ver a evolução também evolui. Quem quiser saber mais sobre isso pode ler os livros "A Cruz dos Mares do Mundo" e sobretudo "A Noite dos Livros do Mundo" (este chegando às livrarias ainda antes do Carnaval).

No âmago desta nossa abordagem, portanto, está o hábito do animal em adquirir o conhecimento apenas por experimentação, ainda sem o raciocínio. Assim, por exemplo, um quadrupede come algo que lhe faz mal e após algumas mortes, por acaso, um outro come uma planta que acaba com sua doença, aí se estabelecendo um conhecimento e um procedimento que ele guarda para outras ocasiões e que outros membros da sua comunidade podem perceber, imitando-o em situação similar. O processamento desses dados é rudimentar e se desenvolve de modo que assim evolui para a racionalidade que cria o intelecto e faz evoluir o cérebro, desde os insetos até o homem.

Ora, nós começamos esta crônica falando de seres humanos que procedem como apenas animais, sem qualquer informação científica, apenas agindo por ouvir dizer que determinada planta é boa para o fígado e uma outra elimina o nervosismo ou atrai o sono. Neste caso, esse homem abandona seu intelecto (ele o tem, no cérebro) como um outro que dispõe de um trator esquece-se disso e continua puxando o seu arado com um cavalo. Não é difícil, para nós, nas ruas, olhar o comportamento de pessoas intelectuais (seres humanos) que preferem continuar como apenas animais. É um direito, de cada um, manter-se no degrau mais baixo de uma escada, mas é um dever de todos nós, que temos uma vista muito melhor da paisagem ao chegarmos nos degraus superiores, dizer aos outros o que eles estão perdendo por se acomodarem ao rés-do-chão. É com essa perspectiva que se deve pensar em educação. E em caridade.
 
Adinoel Motta Maia

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O NASCER HELÍACO DE VÊNUS


crônica científica

Quem acorda cedo, ainda escuro, antes do nascer do Sol, e tem janela para o leste, pode olhar para o céu, acima do horizonte e ver - não havendo nuvens - o planeta Vênus, que muita gente diz erroneamente ser a Estrela Dalva, porque antigamente se generalizava como estrela, tudo o que brilha no céu. Quem quiser ver, tem de apressar-se pois logo Vênus não será mais visto nessa posição, pois a cada dia, num mesmo horário, ele está mais baixo e assim sumirá abaixo da linha do horizonte.

Vale a pena saber um pouco mais sobre esse fenômeno, porque o usaremos para mostrar o que é ou não é Ciência. Como cada astro (planeta ou estrela) no céu noturno, numa mesma hora, aparece mais baixo a cada noite, em relação ao horizonte leste, há um dia em que ele está exatamente no horizonte, quando o Sol nasce e sua luz intensa apaga todas as estrelas (e planetas) do céu. Diz-se que esse é o "nascer helíaco" desse astro.

No Antigo Egito, um agricultor que acordava cedo e ia lançar suas sementes na terra fértil à margem do rio Nilo, observou que Venus nascia (aparecia pela primeira vez no céu) justamente na hora em que também nascia o Sol e assim, ele via Venus aparecer e logo sumir, no horizonte leste. Observando isso em todos os anos, teve a curiosidade de contar quantos dias se passavam entre duas vezes seguidas em que fazia essa observação. Contou 365 dias e confirmou esse número nos anos seguintes. Essa confirmação de um mesmo fenômeno, ao fim de uma mesma experiência, é o que se considera como informação científica.

No caso do referido agricultor - não se sabe o seu nome - foi ele quem cientificamente determinou que um ano tem 365 dias. Naquela época, no Egito, era certo que um ano tinha 360 dias e assim se fazia o calendário. Com essa descoberta, no entanto, o calendário não mudou. Para completar o novo período de 365 dias, que passou a ser o de um ano, manteve-se o calendário de 360 dias e criou-se um feriado de 5 dias entre o último dia de um ano e o primeiro do ano seguinte. Evidentemente, manteve-se o erro de cinco dias até que se percebeu que o verão parecia-se com a primavera e no futuro se transformaria em inverno, resolvendo-se então acabar com os feriados.

Aproveitemos esse fato astronômico como exemplo de experiência científica e consequente conhecimento científico, que é justamente aquele que se obtém com a repetição, sempre, de um mesmo resultado, quando se realiza uma experiência do mesmo modo, nas mesmas condições e com os mesmos elementos, sejam essas condições num laboratório, sejam na natureza. Existe muita gente falando em fazer Ciência sem considerar isso. Assim, a Ciência pode não confirmar um resultado, mas pode, ao contrário, utilizá-lo para afirmar que cientificamente, a experiência feita não é válida.

Fora da Ciência, portanto, não há salvação, mas a Ciência Física é uma e a Ciência Psíquica é outra, por causa de um único detalhe: a velocidade dos corpos materiais e das ondas de energia não podem ser maiores que a da luz, dentro da realidade, isto é, da Física, mas no campo da Psíquica, a velocidade é sempre maior, muito maior e isso faz toda a diferença. O laboratório da Psíquica é diferente do laboratório da Física e os resultados que se obtém em um não são confirmados no outro.
Por exemplo, há um fenômeno no Universo pelo qual, um objeto desaparece num lugar e no mesmo instante aparece em outro, muito distante. Os físicos inventaram um nome - buraco-de-minhoca - para o lugar onde isso poderia ocorrer, como se esse espaço entre as duas posições, não existisse. Para se defender a Ciência Física (inclusive a psicológica, neural) sem reconhecer a Ciência Psíquica, onde o tempo é apenas a duração da consciência, acaba-se fazendo ficção científica.

Deve prevalecer, sempre, portanto, a premissa de que só é Ciência o que em laboratório (físico ou psiquico) se determina, de modo a se obter os mesmos resultados em repetidas experiências, se as condições, métodos, etc. forem os mesmos. Como ocorre com Vênus, a cada 365 dias, por exemplo.

Adinoel Motta Maia

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

ANIMAIS, INTELECTUAIS E SAPIENCIAIS


Crônica científica

   O noticiário da televisão mostrou hoje pela manhã a imagem de um rabo de cobra a balançar na ponta da asa de um avião em voo na Austrália – seu corpo de três metros de comprimento estaria quase todo dentro da asa – feita pela janela, por um passageiro, informando que o animal morreu e que ninguém sabia como entrara ali.

   Procedimento típico dos animais, que têm alma (anima), isto é, movimento, animação, mas não têm intelecto, isto é, inteligência, como ocorre com os homens. É verdade que há muitos homens, com equipamento neural (cérebro) capaz de aplicar a inteligência, mas não a utilizam, exigindo pouco ou quase nada dos seus neurônios e dendritos para a memória e o processamento, principalmente este. Já se tem notícia de seres humanos, meramente animais, que tentam viajar de graça em compartimentos de trem de pouso das aeronaves e ali morrem congelados – o frio é muito grande em altitudes em torno dos dez mil metros.

   Uma coisa é ter o equipamento e outra é saber ou querer utilizá-lo. Embora todos os homens sejam considerados intelectuais, porque estão equipados para isso, podemos classificá-los rigorosa e cientificamente, quanto à utilização do cérebro, em animais, intelectuais e sapienciais. O fato de um homem poder correr não faz dele um corredor, um atleta. Do mesmo modo, o fato de um homem poder pensar, não faz dele um pensador. É necessário utilizar o seu potencial e exercer a atividade específica, para receber a qualificação correspondente, com ou sem informação, com ou sem treinamento, isto é, com ou sem educação. Podemos, assim, ver, no cotidiano das cidades, mas principalmente no campo, que ainda há homens tipicamente animais, que utilizam o cérebro como o fazem os cavalos, os cães e outros mamíferos, apenas para atender as necessidades de sua sobrevivência e da convivência no seu ambiente social, sem qualquer incursão no reino da subjetividade que utiliza e cria símbolos, cultivando-os em relações mais ou menos complexas, que empregam intelecto, inteligência.

   Com o treinamento, pode-se dar ao animal um comportamento diferenciado, ajustando-o ao convívio com o intelectual. Não basta fazer isso com o homem, que é capaz de processar informação e tem, no seu cérebro, uma capacidade gigantesca de acumular dados. Ousamos afirmar que devemos classificar os homens, portanto, quanto à capacidade de memória e à velocidade de processamento de dados, em: animais, intelectuais e sapienciais. Substituiremos por esta, a atual classificação – inferior (educação fundamental), médio (educação operacional) e superior (educação universitária) – assim ampliando-a em função da capacidade utilizada de memória e da velocidade adquirida de processamento de dados.

   Em outras palavras, deixamos aos homens que optam pelo menor esforço e querem apenas fazer sexo, divertir-se, distrair-se, realizar trabalhos braçais, manter relações sociais festivas e familiares, comer e beber além do necessário à sobrevivência e entregar-se ao ócio e ao vício; o direito de manter-se como animais. A todos eles, no entanto, temos de abrir os portões e convidá-los, sem obrigá-los, respeitando o nível dos seus respectivos egos, a educarem-se e utilizarem seus equipamentos neurais, intelectuais, para desenvolver a inteligência, trabalhando com número crescente de dados (memória) e velocidade crescente de processamento, criando e interpretando símbolos cada vez mais complexos e penetrando em reinos como o da lógica e da matemática, para fazer filosofia e ciência, com aplicação tecnológica inovadora. Assim intelectuais, inteligentes, poderão, finalmente, contribuir evolutivamente para aumentar geneticamente sua capacidade de memória e a velocidade de processamento dos dados assim guardados (como fazemos com nossos computadores), até que, tendendo para o infinito essa capacidade e essa velocidade, com um novo cérebro ou algo melhor que ele, possamos dizer que o homem é sapiencial, sapiente. Aí, talvez, já não seja um homem ou esteja pronto para deixar de sê-lo...

Evidentemente, para fazer esse exercício, temos de mexer um pouco na teoria da evolução das espécies, aceitando que esta ocorre por pressão das necessidades psíquicas – reprodução pressionada – dos seres e não por conveniências ambientais. Por outro lado, é também necessário aceitar que temos um ego neural – no cérebro – que morre com sua memória e processamento, ao lado e ligado a outro ego, eterno, meramente psíquico, que acumula dados e cresce em velocidade, ligado vida após vida a corpos físicos, não necessariamente biológicos, podendo ser eletrônicos e eletromecânicos.

Esta também é uma forma de falar em fim do mundo, em juízo final e em Reino de Deus. Estamos escrevendo uma trilogia onde se mostra que Jesus – um ser sapiencial – veio nos dizer isto há dois mil anos. Naquela época, ele lançou pérolas aos porcos e foi ameaçado de morte. Hoje, graças a Ele, já podemos falar sem medo de represálias, porque, afinal, já há muitos sapienciais entre nós, todos vivos.

Adinoel Motta Maia

O primeiro livro da trilogia Nortada, A CRUZ DOS MARES DO MUNDO, já está há um ano nas livrarias; o segundo, A NOITE DOS LIVROS DO MUNDO, está chegando agora em janeiro e o terceiro, A TRILHA DOS SANTOS DO MUNDO, será publicado em março/abril deste ano. Podem ser pedidos às livrarias Saraiva e Cultura, entre outras, pela internet ou diretamente à distribuidora  (www.lojasingular.com.br) do Grupo Ediouro      RJ.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

MATÉRIA ESCURA É MATÉRIA?

Crônica científica para todos

Nossas crônicas das sextas-feiras, em 2013, terão abordagem científica, com a proposta de que todas as pessoas - com qualquer nível de escolaridade - poderão encontrar aqui não só o registro, mas a abordagem ainda que meramente introdutória dos mais novos, interessantes e importantes assuntos do conhecimento, sempre associado ao noticiário atual e mundial, na tentativa de popularizar a Ciência.

A exploração que a mídia internacional fez em torno do fim do calendário maia, ao longo dos últimos dois anos, associando-o a um mal interpretado fim do mundo considerado proposto no livro do Apocalipse de João de Patmos, é um exemplo de como se pode explorar a ignorância das camadas menos informadas da população, levando-a até o pânico. Por outro lado, a postura meramente depreciativa dos bem informados, tratando o assunto como apenas alienante, sem considerar como toda e qualquer discussão pode ser aproveitada para a educação ou no mínimo, a informação correta, foi, nesse caso, igualmente lamentável.

A verdade é que a quase totalidade da população mundial, inclusive de cientistas, está cheia de afirmações pré-estabelecidas, onde as pessoas se prendem como fundações irremovíveis, sobre as quais se constrói sólidos edifícios da própria Ciência. A História tem mostrado como basta uns poucos séculos ou mesmo algumas décadas, para jogar por terra essas pedras fundamentais e consequentemente o que se construiu sobre elas.

Um bom exemplo disso era a idéia de que o espaço cósmico é um vácuo no qual as estrelas flutuavam, nada existindo entre elas ou entre as galáxias por elas formadas. Meros cinquenta anos atrás, este era o conhecimento passado a todos, nas melhores escolas. Ainda hoje, é o que se ensina em escolas brasileiras, por exemplo. Em muitos casos, sem que ninguém aprenda coisa alguma e ainda assim recebam o canudo e deixem os famosos "bancos escolares", porque há mais gente precisando dos tais bancos e de canudos para engorda das estatísticas de interesse político dos governos federal, estaduais e municipais. Farra e farsa.

Nos meios universitários, nas instituições científicas ligadas à Astrofísica, em todo o mundo, no entanto, já há um consenso de que o espaço cósmico onde nada se pensava existir, é constituido por um tipo ainda desconhecido de matéria que não é visível por nossos equipamentos, naturais ou artificiais, por isso mesmo chamada de "matéria escura". Sabe-se que ela está lá porque há relações gravitacionais que estão sendo feitas, medidas, que só podem ocorrer se houver algum tipo de massa a provocá-las. Grosseiramente, poderíamos comparar esse fenômeno a um outro, imaginando que nós, pedestres, atravessando uma rua, batêssemos em coisas que estariam no ar, sem as vermos. No caso da "matéria escura", em lugar de batidas, tem-se atração.

A grande discussão que já se estabelece está centrada na natureza dessa "massa", que ninguém vê, ninguém toca, ninguém sabe o que é, mas é suficiente para alterar o equilíbrio gravitacional, ou seja, o comportamento do que existe no espaço cósmico. É muito importante divulgar isso, porque estamos precisando da opinião de todos. As grandes descobertas costumam ser feitas por pessoas totalmente fora do contexto, justamente porque as que estão dentro encontram-se tão comprometidas com o "conhecimento oficial" que não ousam pensar fora dele. Neste caso específico, onde todos patinam e escorregam, parece-nos possível que o problema esteja no conceito de "massa", associado a matéria, assim como no de "gravidade", como atração entre "corpos".

De repente, podemos dizer que todo o espaço cósmico está cheio de "nada", mesmo porque no início só existia esse "nada". É muito fácil ver isso. Minha "Teoria Unificada do Universo" (pode-se ir ao Google para saber o que é isso, entrando-se com esse título com as aspas) e meu livro "A Cruz dos Mares do Mundo" falam que "massa é quantidade de pensamento" e que existe uma atração (amor ou gravidade) tanto psíquica como física. Matéria escura pode muito bem não ser matéria, mas apenas "quase matéria" ou até mesmo apenas estruturas de consciência com velocidade superior à da luz, fora do campo da Física, mas no da Psíquica. Não faz mal algum pensar nessas coisas, mas para a Física isto é pecado mortal. Daí, a dificuldade...

Deu para enender? Na próxima semana tem mais.

Adinoel Motta Maia