sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O NASCER HELÍACO DE VÊNUS


crônica científica

Quem acorda cedo, ainda escuro, antes do nascer do Sol, e tem janela para o leste, pode olhar para o céu, acima do horizonte e ver - não havendo nuvens - o planeta Vênus, que muita gente diz erroneamente ser a Estrela Dalva, porque antigamente se generalizava como estrela, tudo o que brilha no céu. Quem quiser ver, tem de apressar-se pois logo Vênus não será mais visto nessa posição, pois a cada dia, num mesmo horário, ele está mais baixo e assim sumirá abaixo da linha do horizonte.

Vale a pena saber um pouco mais sobre esse fenômeno, porque o usaremos para mostrar o que é ou não é Ciência. Como cada astro (planeta ou estrela) no céu noturno, numa mesma hora, aparece mais baixo a cada noite, em relação ao horizonte leste, há um dia em que ele está exatamente no horizonte, quando o Sol nasce e sua luz intensa apaga todas as estrelas (e planetas) do céu. Diz-se que esse é o "nascer helíaco" desse astro.

No Antigo Egito, um agricultor que acordava cedo e ia lançar suas sementes na terra fértil à margem do rio Nilo, observou que Venus nascia (aparecia pela primeira vez no céu) justamente na hora em que também nascia o Sol e assim, ele via Venus aparecer e logo sumir, no horizonte leste. Observando isso em todos os anos, teve a curiosidade de contar quantos dias se passavam entre duas vezes seguidas em que fazia essa observação. Contou 365 dias e confirmou esse número nos anos seguintes. Essa confirmação de um mesmo fenômeno, ao fim de uma mesma experiência, é o que se considera como informação científica.

No caso do referido agricultor - não se sabe o seu nome - foi ele quem cientificamente determinou que um ano tem 365 dias. Naquela época, no Egito, era certo que um ano tinha 360 dias e assim se fazia o calendário. Com essa descoberta, no entanto, o calendário não mudou. Para completar o novo período de 365 dias, que passou a ser o de um ano, manteve-se o calendário de 360 dias e criou-se um feriado de 5 dias entre o último dia de um ano e o primeiro do ano seguinte. Evidentemente, manteve-se o erro de cinco dias até que se percebeu que o verão parecia-se com a primavera e no futuro se transformaria em inverno, resolvendo-se então acabar com os feriados.

Aproveitemos esse fato astronômico como exemplo de experiência científica e consequente conhecimento científico, que é justamente aquele que se obtém com a repetição, sempre, de um mesmo resultado, quando se realiza uma experiência do mesmo modo, nas mesmas condições e com os mesmos elementos, sejam essas condições num laboratório, sejam na natureza. Existe muita gente falando em fazer Ciência sem considerar isso. Assim, a Ciência pode não confirmar um resultado, mas pode, ao contrário, utilizá-lo para afirmar que cientificamente, a experiência feita não é válida.

Fora da Ciência, portanto, não há salvação, mas a Ciência Física é uma e a Ciência Psíquica é outra, por causa de um único detalhe: a velocidade dos corpos materiais e das ondas de energia não podem ser maiores que a da luz, dentro da realidade, isto é, da Física, mas no campo da Psíquica, a velocidade é sempre maior, muito maior e isso faz toda a diferença. O laboratório da Psíquica é diferente do laboratório da Física e os resultados que se obtém em um não são confirmados no outro.
Por exemplo, há um fenômeno no Universo pelo qual, um objeto desaparece num lugar e no mesmo instante aparece em outro, muito distante. Os físicos inventaram um nome - buraco-de-minhoca - para o lugar onde isso poderia ocorrer, como se esse espaço entre as duas posições, não existisse. Para se defender a Ciência Física (inclusive a psicológica, neural) sem reconhecer a Ciência Psíquica, onde o tempo é apenas a duração da consciência, acaba-se fazendo ficção científica.

Deve prevalecer, sempre, portanto, a premissa de que só é Ciência o que em laboratório (físico ou psiquico) se determina, de modo a se obter os mesmos resultados em repetidas experiências, se as condições, métodos, etc. forem os mesmos. Como ocorre com Vênus, a cada 365 dias, por exemplo.

Adinoel Motta Maia