sábado, 29 de janeiro de 2011

BAÍA DE TODOS OS SANTOS

A partir deste mês de janeiro de 2011, o meu texto filosófico passa a ser publicado, registrado (com data) e arquivado em um outro blog, para o qual remeto os leitores.
http://adinoel-blogart.blogspot.com
Aqui, em Reflexos no Espelho, continuam dados, análises, propostas e projetos literários, científicos e tecnológicos.

Neste ano de 2011, deverei consolidar todas as minhas propostas para a Baía de Todos os Santos, desde as comemorativas da sua descoberta (510 anos em 2011) até as de divulgação de suas riquezas geográficas e históricas para fins turísticos, divulgação esta ameaçada pela reforma ortográfica da língua portuguesa, que determina hífens antes e depois do artigo "os", ficando assim: "Baía de Todos-os-Santos". Que os linguistas busquem o que fazer e tirem os tremas irresponsavelmente ou tirem hífens de onde eles estão e os ponham onde não estavam, compreende-se. É muito chato ficar sem trabalho. O que não pode, não deve, não se aceita, é que alterem nomes próprios, principalmente os públicos, tradicionais, históricos.
Podem fazer a mesma regra para ser aplicada também no "de" e passaríamos a ter Bartolomeu Lourenço-de-Gusmão ou Humberto-de-Campos ou Santiago-de-Compostela e assim por diante.

Dias atrás, a revisora contratada para despertar-me dos meus cochilos ortográficos no livro que estou escrevendo para o Yacht Clube da Bahia - seus 75 anos de história - tentou alterar o nome Baía de Todos os Santos do meu texto, colocando-lhe os tais hífens. Não permiti, jamais permitirei e sugerí-lhe uma nota de pé de página para tirar, dela, a responsabilidade profissional que a obriga a ser obediente à norma técnica da linguística nacional. Sim, ela é linguista e deve obediência, compreende-se. Eu sou escritor, artista, filósofo e, sobretudo, cidadão com o direito constitucional de liberdade de comunicação e expressão. Pode não ser "elegante" escrever fora do rigor linguístico, mas é evidente que é permitido pela lei maior do País: sua Constituição. Principalmente quando essa ação está acoplada a uma idéia e a um direito de expressá-la.

Vamos pegar essa palavra - linguístico - que, até antes da reforma, escrevia-se com trema - lingüistico - como se escrevia "freqüente", por exemplo, agora se determinando escrever "frequente". Não só imaginem, mas vejam o absurdo irracional dessa proposta. Tira-se o trema para alterar a fonética, mas não se muda a ortografia para "frecuente" e assim obriga-se a pronunciar o "quente" como se fosse "cuente". E como fica a palavra "quente", aquela que é o oposto de "frio"? Nós, os engenheiros, somos racionais? Os linguístas são irracionais? Ou não são os linguistas que estão propondo isso, mas meros bebedores de chá (cha...teados por não terem o que fazer)?

Parece que essas propostas são frutos apenas da ociosidade. Ou terá o objetivo de criar novos empregos e encarecer os sistemas produtivos culturais dos países de língua portuguesa? Não acredito que seja apenas para acabar com a paciência de quem pensa em fazer sua arte e cultivar sua história e suas tradições sem perturbações externas.

O fato é que tem muita gente brincando com coisa séria, deixando seu subconsciente - pensamento automático e intuitivo - agir contra a própria consciência, quando esta se distrai e permite que ele a comande. É necessário estar atento, porque um pensamento subconsciente nocivo (ódio, orgulho, vaidade, etc) pode entrar em conflito com o consciente e causar danos à saúde ou coisa ainda pior. Para corrigir tais desvios, uma dose correta de amor é um santo remédio.

Adinoel Motta Maia