quinta-feira, 31 de maio de 2012

A paciência que leva ao Reino do Céu

Crônica 

Adinoel Motta Maia

 Alguém pergunta:
   -- O que é uma ilha?
   Outrém responde:
   -- É um monte de terra cercado de água por todos os lados.
   O primeiro retruca:
   -- No Brasil, é um grupo de homens honestos, cercados por milhões de corruptos, isto é, corruptores e corrompidos.
   A anedota serve como entrada num assunto que nos envergonha, como brasileiros, mas que sobretudo nos preocupa.
   O Brasil está morrendo de câncer.
   Um câncer já em metástese, comprometendo todo o tecido social. O câncer da corrupção.
   Morrem as células boas, envolvidas pelas células más, que estão em todos os órgãos... públicos e privados.
   Na população, os eleitores estão alimentando pesquisas onde conhecidos corruptos lideram os índices, cada vez mais populares, porque compram votos com ajuda pecuniária diretamente distribuída aos ditos "miseráveis", isto é, gente trabalhadora que sai do emprego para receber a ajuda do Estado, enquanto os verdadeiros miseráveis são cada vez mais numerosos, nos passeios das ruas, nas grandes cidades, sem sequer serem vistos pelos agentes dos governos.
   Nesse quadro, verifica-se um proposital abandono da educação fundamental, para que subam os índices de ignorância e de doença - esta é fruto sobretudo da má informação que promove os maus costumes - porque são exatamente estes os que provocam o assistencialismo social, sem que se perceba as pessoas que estão sendo manipuladas para que não tenham condições de gerir seu próprio destino.
   Assim como há dependentes de drogas, os há, de esmolas mascaradas por siglas de programas sociais.
   A gente que se sente beneficiada por estes, acrescenta expedientes desonestos para ganhar favores e dinheiro extra, enchendo as ruas e exercitando a mendicância, quando não o furto.
   Outros há, que são estimulados a praticar "atividades artísticas" que dependem apenas de alguma gesticulação grotesca, ao som de tambores, comportando-se nas ruas e até em palcos improvisados, como se fossem animais no cio. Tudo isso com apoio até de segmentos da mídia e de patrocínios empresarias, a título de ajuda social. Há quem escreva, recomendando aos leitores não ver, não ouvir e não falar, para ser feliz. Uma opção por ser "vegetal", oferecendo-se como anteparo para os resíduos lançados pelos animais, quando há pouca reação intelectual. Cada vez menos...
   A omissão chega a ser criminosa.
   Há quem se elogie por saber atravessar a tempestade sem ser atingido pelos raios.
   Temos de valorizar pessoas que se destacam por suas ações e realizações, considerando primitivos, perto dos animais, os seres humanos que apenas comem, dormem e se reproduzem.
   Reprodução que aumenta estupidamente a população, em nome do aumento dos mercados que aumentam o consumo e melhoram os índices econômicos... até que a bolha explode e a crise se estabelece, arrastando bons e maus, bípedes e quadrupedes.
   Mais do que nunca é necessário voltar a ler os textos longos e menosprezar as figurinhas com legendas da mídia eletrônica.
   Ao lado da história das nações, da história da humanidade e da evolução do ser humano, apresenta-se a involução do quadro social na direção da animalidade, onde e quando o indivíduo é penalizado pelo ambiente selvagem em plena urbis... 
   Há cenários onde já não se distingue os homens dos cães...
   Em 1798, o mundo tinha um bilhão de habitantes.
   Em 1930, dois bilhões.
   Em 2030, terá oito bilhões.
   Há, contudo, uma boa notícia.
   Quem cultiva a paciência  e cresce na sua intelectualidade, evolui para a sapiência.
   Este e só este, entrará no Reino do Céu.