sexta-feira, 29 de março de 2013

O SALVADOR, DOS JESUÍTAS


Crônica científica

Nesta sexta-feira, 29 de março, dita "Sexta-Feira Santa" ou "Sexta-Feira da Paixão", os cristãos em todo o mundo concentram-se na imagem de Jesus Crucificado, seja na cruz, seja no sepulcro, para, assim reforçarem sua Fé, que é sobretudo um instrumento de busca do conhecimento e de obtenção de resultados, não apenas no campo psíquico, mas igualmente no campo físico, energético-material. É obrigatório, neste ano de 2013, associar esta sexta-feira ao dia 29 de março, que, há 464 anos, foi o momento da chegada de Tomé de Sousa à Baía de Todos os Santos, onde desembarcou para fundar a Cidade do Salvador, que não é outro senão o próprio Jesus, com a notícia do Reino de Deus, o dos seres sapienciais que todos podemos ser, assim nos salvando da luta cotidiana em busca do conhecimento total por meios racionais, demorados, guiando-nos para obtê-lo instantaneamente por meio da revelação.

Jamais pensou, Jesus, que em torno do seu nome e da sua imagem, se construísse uma estrutura de ódio ao conhecimento, porque os animais pouco intelectuais daquela época valorizavam sobretudo os bens materiais e brigavam por palácios, templos e objetos, por estruturas de poder e por territórios cujos habitantes pagavam impostos, como ainda hoje ocorre. Esses animais pouco intelectuais levaram Jesus à cruz e depois criaram essa estrutura de ódio ao conhecimento, isto é, à luz, mantendo a figura arcaica do Paraíso como o lugar da ignorância animal, em cujo cenário domina a Árvore da Vida, sem a Árvore da Ciência, onde vive Lúcifer, o que nos dá a Luz, o que nos ilumina. Sem nada entender do que Jesus nos disse, esses animais pouco racionais o prenderam, torturaram e levaram à cruz, criando uma religião que priorizou o combate à Ciência, em benefício da Fé, sem suspeitar sequer que a Fé nada mais é do que a Razão em velocidade extrema, estruturada em todo o conhecimento da Memória Absoluta (ver a crônica da semana passada neste blog). Dois romanos, Saulo de Tarso - contemporâneo de Jesus - e Constantino - imperador quatro séculos depois - levaram a proposta de Jesus com as roupas de Mitra, o deus romano, aos povos pagãos - não conseguiram cooptar os judeus - para uma nova seita que punha Lúcifer como o símbolo do pecado, isto é, do que é proibido, nas suas propostas de poder.

Observando literalmente a proposta bíblica de ódio ao fruto da árvore da ciência, os detentores do poder sabiam que o conhecimento liberta os homens e assim professaram a prática de manter os homens ignorantes e consequentemente submissos, autênticos cordeiros que precisam dos pastores para comer e viver, sempre em rebanhos, matando-se as "ovelhas negras" que tentam ser indivíduos. Assim condenados a não evoluir - a evolução é individual - os homens em todas as igrejas (não só a cristã), assim como nos partidos políticos, viraram massa de manobra para os donos do mundo. A melhor maneira de mantê-los assim, desde o Império Romano, foi dar pão e circo a todos, isto é, prazeres gastronômicos e festas em estádios e palcos.  Ainda hoje esta fórmula é um sucesso. Estamos todos seduzidos pelos bares e restaurantes, pelos espetáculos musicais e pelos jogos nos estádios. Há quem gaste nesses lugares tudo o que ganham com o seu trabalho, anos a fio, por toda a vida.

Nasce agora um novo Sol, justamente na época em que Jesus disse que voltaria, não o homem que tinha esse nome, mas o ego sapiencial que se ligou a ele no nascimento e se ligará a outro, nesse retorno, dois mil anos depois. Um mar de humildade deve invadir a Igreja Católica, com a presença de Francisco no seu comando. Esperemos que essa humildade não tenha limites e a Igreja faça o que manda seus fiéis fazerem: confessar os erros cometidos durante séculos em que mandou para a fogueira quem ousava pensar por conta própria e cultivar a ciência, mantendo-se ainda na postura de condenar a Razão em benefício da Fé, como se estas fossem coisas diferentes. Ambas são necessárias ao conhecimento e à realização, dele consequente. O que as diferencia é apenas a capacidade de memória e a velocidade de processamento dos dados, podendo esta chegar a ser infinita, no caso do próprio Deus, que não é um ser a quem se pede perdão ou esmola, mas a Lei Universal, que nada perdoa ou dá, apenas exigindo cumprimento, em função do que cada um é punido ou premiado, no mais eficiente processo educacional que se conhece, para evoluir.

É justamente a velocidade da luz que separa os mundos da Fé e da Razão, isto é, da Atualidade Psíquica (velocidades decrescentes de valor infinito até 300 mil quilômetros por segundo, a da luz) e da Realidade Física (velocidades decrescentes de 300 mil quilômetros por segundo até zero). Quem quiser saber mais sobre isso, leia "Teoria Unificada do Universo" no Google e em seguida meus livros (ver em www.lojasingular.com.br). Assim, temos o privilégio de viver momentos significativos para a Humanidade, que está em perigo apenas relativo, porque o que se chama de Juizo Final nada mais é do que a avaliação cíclica que ocorre ao fim de cada era, quando a população aumenta perigosamente e é necessário devolver à animalidade física os que preferiram se manter na animalidade psíquica, promovendo ao paraíso sapiencial os intelectuais que aproveitaram suas vidas para evoluir. O que é proibido (o pecado) não é uma relação de atos e coisas que nos pune. Ao contrário, é uma relação de práticas, que, se obedecidas, nos impedem de evoluir de animal irracional para animal intelectual e deste para animal sapiencial. Podem todos estar certos de que já há muitos sapienciais na  Terra. Não apenas no Céu.

Nesta Páscoa, tentemos minimizar os prazeres gastronômicos e os das festas. Nosso papa atual não é apenas um cristão. É sobretudo um jesuita (que ama e pratica a ciência) e um franciscano (que vê nos animais a base da evolução da alma - que significa movimento - e do ego, também intelectual e finalmente sapiencial). Neste 29 de março, saudemos a nossa cidade do SALVADOR, banhada pela Baía de TODOS OS SANTOS. Pergunta que se faz necessária: nossa cidade tomou esse nome por ser fundada numa semana santa, em 1549? Era sexta-feira? Com Tomé de Sousa, vieram seis jesuítas, à frente dos quais, o padre Manuel da Nóbrega. Evidentemente, o Salvador que deu nome à cidade era o Jesus visto por jesuítas. Que este seja o viés da meditação que faremos hoje, sexta-feira, 29 de março de 2013, não apenas na Cidade do Salvador, da Bahia, do Brasil.

Adinoel Motta Maia













sexta-feira, 22 de março de 2013

A FÉ QUE MOVE MONTANHAS


Crônica científica

Assim como os pais punem seus filhos, para que não repitam seus erros e assim cresçam com autocrítica e responsabilidade, respeitando as leis e praticando sistema e ordem; a Mãe Natureza e Deus-Pai (a Lei Cósmica) punem os indivíduos que os desconhecem ou desobedecem, ainda que para isso sua ação atinja coletivamente culpados e inocentes, porque a ninguém é permitido compartilhar com quem está em omissão ou em erro. A isso se chama de Educação, que não é apenas estar sentado num banco escolar e ouvir sobre o que se escreveu em livros, para se obter o conhecimento necessário a se exercer uma profissão com o fim imediato de ganhar dinheiro. Isto seria apenas uma das aplicações do processo educativo, que começa por levar o indivíduo a conhecer a si próprio, psíquica e fisicamente.

Costuma-se dizer que a Educação atua em dois campos: o da Religião e o da Ciência. Assim, separados, promovem exclusividade ou maior ênfase para um deles, de modo a se dizer que a humanidade estaria dividida em dois blocos: o dos religiosos e seus seguidores e o dos cientistas e seus discípulos. Verifica-se que eles estão em conflito, neste momento da humanidade, porque se acredita que sejam contraditórios. Os agentes da Fé e da Razão optaram por opor-se, ao adotarem posturas e propostas excludentes. A postura da Fé, não dela própria, mas dos que adotam o seu método, é a de manter os homens na ignorância e acreditar que podem chegar a seus objetivos apenas com a proposta de pedir e conseguir. A postura da Razão, isto é, dos que a seguem, ao contrário, é a de lavrar o solo psíquico para obter os dados com a pesquisa e processá-los com o estudo, a análise, dos quais surge o conhecimento revelador, a Luz que ilumina e promove a evolução. A Fé deu o nome de Lúcifer para quem faz a Luz, isto é, para quem promove a Razão. Assim esse Lúcifer é o diabo contra o qual todos os religiosos são colocados.

Isto seria conclusivo, se não se considerasse um importante ingrediente na receita. Pode-se conseguir atingir objetivos de vida apenas com a Fé. O problema é que, para isso, é indispensável que o homem evolua em estrutura neural para se ampliar o número de neurônios no cérebro (capacidade de memória) e aumentar extremamente a velocidade de processamento de dados, nele, de modo que o processo racional, assim tão rápido, pareça ser instantâneo. Em outras palavras: a Fé nada mais é do que a Razão em velocidades instantâneas, de modo que a inteligência é substituída pela sapiência. É evidente que não é com a ignorância, que se chega a ela, mas, ao contrário, com o conhecimento absoluto.

A aparente contradição deste exercício mental está em se acreditar que uma pessoa ignorante, com Fé, pode obter tudo o que quer e precisa. A verdade, contudo, nunca é contraditória. Tomando a Igreja Católica como exemplo, podemos verificar que esta interfere no processo, oferecendo um intermediário aos fiéis ignorantes. Assim, ao mandar que esses fiéis peçam com fervor a um Santo, em verdade, está indicando um ser sapiencial, que já foi intelectual ao viver na Terra e passou para o "Reino de Deus", que é o lugar dos sapienciais (vejam a palavra "sapiência" no dicionário), para que ele seja intermediário do seu pedido, pois a Fé só realiza milagres, se o pedido é feito por quem processa informações naquela velocidade extrema.

É aí que entra a nossa colocação, de que nós, os animais intelectuais, em processo de evolução para nos tornarmos sapienciais, em quantas vidas sejam necessárias, fazendo ciência, possamos compreender como aqueles animais ainda de baixa intelectualidade - por isso ignorantes - podem obter resultados positivos com a Fé, usando seres sapienciais como intermediários. Essa fé humana não realiza o milagre, mas pode ser o meio de chegar ao sapiencial que o realiza. Não é fácil colocar isso num texto curto, de modo que, se houver alguma dúvida, sugiro reler tantas vezes esta crônica quantas sejam necessárias para que todas as palavras cumpram sua missão.

Adinoel Motta Maia
 
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sexta-feira, 15 de março de 2013

BUENOS AIRES DEL PAPA FRANCISCO


Crônica científica

Pode-se estudar científicmente a religião? É evidente, que sim.
É a religião, uma ciência? É evidente, que não.
Por que não? Porque se faz ciência com a razão, com a inteligência e se faz a religião com a fé, a sapiência.
Mas a sapiência é o degrau acima da inteligência, na evolução do ego.
E quem disse que a ciência já reconhece a sapiência?
Se o reconhecesse, evoluiria para a religião ou estamos sofismando?
Temos de ter cuidado, porque, para evitar o sofisma, podemos rigorosmente deixar de analisar cientificamente a religião.
Está confuso? Esta conclusão pode ser parte do sofisma.

Vamos contornar com outra questão.
Só há um Papa, mas neste momento, temos dois. Um que acaba de ser eleito e será logo empossado, com nome Francisco; e outro, com nome Bento XVI, que renunciou às suas atribuições, mas continua papa porque só se deixa de ser papa quando se morre. Pode-se fazer um sofisma com esta realidade. Cientificamente, temos dois papas. Religiosamente, temos um Papa Francisco e um Papa Emérito Bento XVI, como existem muitos cardeais em função cardinalícia e outro tanto de cardeias ditos eméritos. Assim como professores que estão em sala de aula e outros que se aposentam com honra e são eméritos.

O que ocorre, no entanto, é que há uma particularidade única na função papal: o papa é único porque escolhido por Deus, inspirando-se os cardeais a elegê-lo por orientação direta do Espírito Santo, de modo que se admite estar a maioria dos cardeais capacitada a ouvir a inspiração divina e a votar num cardeal que doa o resto de sua vida a essa missão. Isto é, assume a função até a morte, por determinação divina. Assim nenhum papa teme a morte.

Acontece que o Cardeal Joseph Ratzinger, quando estava a serviço do Papa João Paulo II, contribuiu com um dispositivo que alterou a Lei Divina e passou a permitir que o Papa se aposentasse, renunciando à missão conferida por Deus. Parece que estava advinhando ou sabendo que seria eleito Papa e assim abria uma porta de saída para não morrer como João Paulo II, fisiologicamente destruído. Agora se sabe que na sua eleição, oito anos atrás, o segundo colocado foi o cardeal argentino que agora, tendo ele renunciado, foi eleito Papa, tomando o nome de Francisco. Uma trama da Mãe Natureza, isto é, de Deus? Ou uma trama dos homens?
Este tipo de raciocínio também parece conduzir a um sofisma.
  
Quantas vezes, na história da inteligência, na Terra,  argumentos científicamente - matemáticamente - perfeitos foram considerados sofismas e jogados na lata do lixo?
Vale a pena mexer nisso? É claro que vale, que devemos fazer isso sempre, porque não deve haver sombras à frente do Sol. Se as há, alguma coisa está errada.

Recordemos. Após a morte de Paulo VI, foi eleito João Paulo I. Parecia-se com o agora eleito, Francisco, quer pelo seu sorriso amplo e constante, quer pela sua simplicidade e pelo que diz, com abertura e sincera reflexão. Um mês depois ele estava morto. O Vaticano não parece um lugar seguro. Há no seu bojo, interesses contrariados, lutas intensas. Depois de João XXIII, a Igreja voltou-se mais para os homens. A Sociologia tornou-se mais importante do que a Teologia e a Filosofia. Para concluir o Concílio Vaticano II, já há quem peça o Vaticano III. O Papa Francisco será um papa dos pobres, mas não precisa ser um papa dos ignorantes.

Francisco afasta sua segurança e confia num Deus que o olha e protege, mas não deve esquecer que Deus é a Lei e que a Lei não se muda. Não há oração ou fé que a modifique. O que é proibido, o que é pecado, perante a Lei, não tem perdão. Ainda que o juiz perdôe, a Lei não perdôa e cobra a punição eternamente, de quem pecou e de quem perdoou. Quem perdoa o que pecou, peca duas vezes. A Lei nunca é enganada e dela nada se esconde, porque ela se aplica automaticamente em tudo e em todos. Chama-se Consciência, que se encontra em Tudo, inclusive no Nada. É isto o que está escrito...

Bons ares, portanto, para a Igreja de Francisco. O Papa que veio de Buenos Aires e pode fazer o encontro da Fé com a Razão, da Religião com a Ciência, da Psíquica com a Física, porque, no princípio e no fim, tudo é consciência.

Adinoel Motta Maia

sexta-feira, 8 de março de 2013

OS QUE PENSAM E OS QUE COMPRAM


Crônica científica

Não estamos aqui para cultivar apenas estilos e metáforas. O conhecimento revelado é parte intrínseca do texto relacionado com o tempo - crônica - de modo que falar em crônica científica é quase um pleonasmo. No jornalismo, por exemplo, a crônica é o texto preferencialmente leve que se publica diariamente numa única coluna. Este blog, qualquer blog, é mídia fora de jornal, que se torna necessária justamente por permitir ao cronista escrever sem as limitações impostas, seja de espaço, seja de conteúdo, até mesmo de pensamento, pelos interesses políticos, sociais e econômicos que direcionam a imprensa, o rádio ou a televisão para as necessidades dos anunciantes e/ou outros mantenedores.

Por exemplo, a moda agora é trabalhar para a chamada "Classe C", que está recebendo dinheiro do governo, isto é, dos contribuintes, todos nós, para comprar mais e assim manter a indústria e o comércio funcionando, remunerando dessa forma os empresários das chamadas "Classe A" e "Classe B", que pagam impostos ao governo, fazendo retornar a este o dinheiro que saiu para a "ajuda social".
Para que essas vendas ocorram, chovendo no quintal de alguma empresa, é necessário que esta faça propaganda de si própria e dos seus produtos ou serviços, na imprensa, no rádio e na televisão. O detalhe que não se quer divulgar, é que, para atingir a "Classe C", que tem peculiaridades culturais menos elaboradas - campo mais propício para as paixões do que para a razão - a mídia impressa e eletrônica está dando mais espaço para as notícias de violência, corrupção e outros temas "sensacionais", prejudicando a pauta "racional". Assim, o que se conhecia como "Editoria de CULTURA", nos jornais, agora se chama "Editoria de CURTURA". Textos culturais, assim, em princípio, são limitados a umas poucas linhas e devem chegar à redação, de preferência, prontos, através de jornalistas profissionais das assessorias de imprensa das instituições culturais. Os jornalistas da "redação", na imprensa, no rádio e na televisão, estão mobilizados para a cobertura das ocorrências que emocionam. Por que dar espaço a quem pensa? A mídia precisa de espaço para falar de quem rouba e quem mata. É isso que a "Classe C" quer ler, ouvir e ver.

Assim, a opção para as classes A e B é correr para os blogs, onde os que pensam estão escrevendo o que a mídia não publica. Por exemplo, ninguém vai encontrar em jornal ou revista alguma, que, antes de ser Papa, ainda como cardeal Angelo Roncali, a serviço da Igreja em Istambul, na Turquia, o Papa João XXIII fez profeciais sobre o futuro da Igreja Católica, traçando o perfil dos papas - inclusive ele próprio - que se seguiriam, até o Cisma na Igreja Católica e a guerra total na Humanidade. Neste momento, da renúncia inusitada de Bento XVI, é interessante ler a profecia que fala de um papa "bendito, bendito, bendito". Eis alguns trechos interessantes (a palavra Pai significa Papa, e a Mãe, Igreja):

* Serão os jovens a aclamar-te, novo Pai de uma Mãe que sorri.
* Dezesseis te conterão. Manterão altas as tuas mãos.
* Virgem Maria próxima. Virgem Maria que foi sacrificada. Em suas palavras encontrarás a estrada, bendito, bendito, bendito. Serás pai de todos.
* Tua será a viagem da coragem, o grande desafio ao mundo e ao imundo príncipe do mundo.
* E nunca retirarás a palavra dada.
* E te descalçarás, e caminharás com o santo descalço.
* Quando de Maria Santíssima divulgares a palavra, tua única ferida se fechará. A mãe da Igreja será Mãe do mundo. Anjo serás dito, bendito.

Deve-se ler nas entrelinhas e conhecer muito do que cerca os papas - a história deles - para compreender essas frases. Por exemplo, ao se dizer que um papa Bento (benedito, bendito) será descalço, quer-se dizer que será deposto ou renunciará, porque perde as sandálias do pescador Pedro, que só devem ser retiradas com a morte do Papa. A frase "caminharás com o santo descalço" pode referir-se ao fato de Bento XVI ser um estudioso e admirador de outro papa que renunciou, assim também descalço: Celestino V, que fundou a Ordem dos Celestinos, foi canonizado ("santo descalço", portanto) e teve sua renúncia contestada porque não caberia a homem algum interromper o exercício papal conferido pelo próprio Espírito Santo, representando Deus. Esta frase é uma prova científica de que essa profecia está correta, ainda que parcialmente. E as demais frases, entre outras não citadas aqui? A amostra acima é suficiente para se verificá-las cientificamente. Por exemplo: Joseph Ratzinger já retirou alguma vez a palavra dada? Voltará atrás, na sua renúncia, após a eleição de outro papa?

Adinoel Motta Maia


 
 

sexta-feira, 1 de março de 2013

O PAPA QUE FICOU SOZINHO


Crônica científica

O procedimento inusitado de Joseph Ratzinger, recolhendo-se ao convento, como um humilde monge, depois de viver oito anos no topo do mundo, no luxo dos palácios, no centro das atenções intelectuais, com o poder de um rei - para muitos, um deus - desperta sentimentos que variam da surpresa à incompreensão, na escala referencial dos seres humanos que precisam estar em grupos, sejam familiares, vicinais, políticos, profissionais, sociais, para sentirem a vida, na presença do outro.
Vencido o momento em que, após o surpreendente anúncio da renúncia ao cargo de Papa, ele simplesmente saiu do Vaticano e voou num helicóptero para um palácio na montanha, fechando-se o portão rigorosamente às 16 horas do dia 28 de fevereiro de 2013 - conforme programado - assim configurando-se o status de isolamento no qual se propôs viver doravante.

O procedimento de Joseph Ratzinger é uma prova científica da evolução do Ego. Os seres ditos animais primitivos como as colônias de insetos em que há uma "raínha" a comandar seus demais membros têm o único propósito de sustentá-la e fazê-la cumprir sua missão de procriar. A reprodução é o maior propósito da Natureza, porque é ela quem mantém a vida em corpos materiais movidos por energia proveniente do Sol, ditos animais. Essas colônias são estruturadas de modo que tais insetos não sobreviveriam isoladamente. Esses "egos" assim coletivos fazem suas experiências, sofrem e aprendem com elas, crescendo em racionalidade, isto é, em estruturas de consciência que promovem o aumento de sua própria complexidade psíquica a exigir maior complexidade física (genética) para a realização de novas funções por elas propostas. Não precisamos sugerir a comparação entre o ego de uma colônia de formigas e o do agora Papa Emérito Joseph Ratzinger, ex-Bento XVI.

Sem delongas, vamos aceitar que a evolução dos seres vivos ocorre no sentido da coletividade para a individualidade, de modo que devemos afirmar cientificamente - tais são as provas que o confirmam - ser o objetivo final de todos nós, seres animais, chegar ao isolamento de Joseph Ratzinger. A racionalidade cresce com o aumento das experiências, vividas, sofridas, todas educativas, mas sobretudo contribuintes no processo de aumento da consciência, em volume e complexidade (isto se encontra na "Teoria Unificada do Universo", no Google). Nós, seres humanos, somos resultantes de muitos milhões de anos de evolução, vida após vida, de modo a acumular conhecimento e aumentar velocidade de processamento desses dados, que formaram o cérebro e nele colocaram o ego neural, que nos permite, a qualquer momento, dizermos "eu sou", "eu faço", "eu quero" e assim por diante.

Quantos de nós tem parado por alguns minutos para pensar no "EU" que existe em nosso cérebro? É evidente que esse "EU" (neural) só está percebido, quando estamos acordados. Há quem combata a cultura do "EU" por entender que esta promove o egoismo ou o egocentrismo. Assim como não se combate a doença, matando-se o doente, não se combate essas anomalias do Ego, matando-se o Ego. Ao contrário, o Ego ("EU") deve ser desenvolvido para vencer as ameaças que o atinjam. O papa emérito Joseph Ratzinger, hoje, por determinação própria, é apenas o seu "EU", na medida em que se coloca só, isolado, cuidando de si mesmo, das suas pesquisas, dos seus estudos, dos textos que produz, mas sobretudo da sua preparação para a vida posterior, a que terá após a atual, material.

Cada um de nós que progride na racionalidade e cultiva a individualidade, ainda que em relação social com outras pessoas, sabe o quanto é saboroso voltar-se para dentro de si e descobrir-se, quer através de sua memória, quer em processo de alguma descoberta ou ainda numa busca promissora qualquer. Muitas vezes temos a necessidade de sair da vida social para o repouso físico e consequente incremento da reflexão que nos permite, como se diz "arrumar a cabeça". Muitos são os que não compreendem a vontade de algumas pessoas, em fugir da agitação física, da ativação passional, porque acham ser "muito chato" viver sem festas, sem emoções fortes, sem agitação contínua. Nada a reclamar, dessas pessoas, que ainda estão em fases anteriores do processo de individualização e que precisam de mais tempo para atingir posições de vanguarda. Não há quem não tenha sido o outro ou venha a ser o outro, num período de sua existência animal. Pode-se dizer "já fui você ontem" ou "serei você amanhã", ao se comparar com pessoas próximas, sem que altere seu amor próprio. Como se diz, "já fiz o curso primário" ou "farei o curso superior" O que se deve evitar é manter-se no curso primario eternamente, apenas porque se gosta daquela escola.

Vamos nos espelhar, portanto, no Joseph Ratzinger, que chegou à plenitude da felicidade, ficando só.