sexta-feira, 8 de março de 2013

OS QUE PENSAM E OS QUE COMPRAM


Crônica científica

Não estamos aqui para cultivar apenas estilos e metáforas. O conhecimento revelado é parte intrínseca do texto relacionado com o tempo - crônica - de modo que falar em crônica científica é quase um pleonasmo. No jornalismo, por exemplo, a crônica é o texto preferencialmente leve que se publica diariamente numa única coluna. Este blog, qualquer blog, é mídia fora de jornal, que se torna necessária justamente por permitir ao cronista escrever sem as limitações impostas, seja de espaço, seja de conteúdo, até mesmo de pensamento, pelos interesses políticos, sociais e econômicos que direcionam a imprensa, o rádio ou a televisão para as necessidades dos anunciantes e/ou outros mantenedores.

Por exemplo, a moda agora é trabalhar para a chamada "Classe C", que está recebendo dinheiro do governo, isto é, dos contribuintes, todos nós, para comprar mais e assim manter a indústria e o comércio funcionando, remunerando dessa forma os empresários das chamadas "Classe A" e "Classe B", que pagam impostos ao governo, fazendo retornar a este o dinheiro que saiu para a "ajuda social".
Para que essas vendas ocorram, chovendo no quintal de alguma empresa, é necessário que esta faça propaganda de si própria e dos seus produtos ou serviços, na imprensa, no rádio e na televisão. O detalhe que não se quer divulgar, é que, para atingir a "Classe C", que tem peculiaridades culturais menos elaboradas - campo mais propício para as paixões do que para a razão - a mídia impressa e eletrônica está dando mais espaço para as notícias de violência, corrupção e outros temas "sensacionais", prejudicando a pauta "racional". Assim, o que se conhecia como "Editoria de CULTURA", nos jornais, agora se chama "Editoria de CURTURA". Textos culturais, assim, em princípio, são limitados a umas poucas linhas e devem chegar à redação, de preferência, prontos, através de jornalistas profissionais das assessorias de imprensa das instituições culturais. Os jornalistas da "redação", na imprensa, no rádio e na televisão, estão mobilizados para a cobertura das ocorrências que emocionam. Por que dar espaço a quem pensa? A mídia precisa de espaço para falar de quem rouba e quem mata. É isso que a "Classe C" quer ler, ouvir e ver.

Assim, a opção para as classes A e B é correr para os blogs, onde os que pensam estão escrevendo o que a mídia não publica. Por exemplo, ninguém vai encontrar em jornal ou revista alguma, que, antes de ser Papa, ainda como cardeal Angelo Roncali, a serviço da Igreja em Istambul, na Turquia, o Papa João XXIII fez profeciais sobre o futuro da Igreja Católica, traçando o perfil dos papas - inclusive ele próprio - que se seguiriam, até o Cisma na Igreja Católica e a guerra total na Humanidade. Neste momento, da renúncia inusitada de Bento XVI, é interessante ler a profecia que fala de um papa "bendito, bendito, bendito". Eis alguns trechos interessantes (a palavra Pai significa Papa, e a Mãe, Igreja):

* Serão os jovens a aclamar-te, novo Pai de uma Mãe que sorri.
* Dezesseis te conterão. Manterão altas as tuas mãos.
* Virgem Maria próxima. Virgem Maria que foi sacrificada. Em suas palavras encontrarás a estrada, bendito, bendito, bendito. Serás pai de todos.
* Tua será a viagem da coragem, o grande desafio ao mundo e ao imundo príncipe do mundo.
* E nunca retirarás a palavra dada.
* E te descalçarás, e caminharás com o santo descalço.
* Quando de Maria Santíssima divulgares a palavra, tua única ferida se fechará. A mãe da Igreja será Mãe do mundo. Anjo serás dito, bendito.

Deve-se ler nas entrelinhas e conhecer muito do que cerca os papas - a história deles - para compreender essas frases. Por exemplo, ao se dizer que um papa Bento (benedito, bendito) será descalço, quer-se dizer que será deposto ou renunciará, porque perde as sandálias do pescador Pedro, que só devem ser retiradas com a morte do Papa. A frase "caminharás com o santo descalço" pode referir-se ao fato de Bento XVI ser um estudioso e admirador de outro papa que renunciou, assim também descalço: Celestino V, que fundou a Ordem dos Celestinos, foi canonizado ("santo descalço", portanto) e teve sua renúncia contestada porque não caberia a homem algum interromper o exercício papal conferido pelo próprio Espírito Santo, representando Deus. Esta frase é uma prova científica de que essa profecia está correta, ainda que parcialmente. E as demais frases, entre outras não citadas aqui? A amostra acima é suficiente para se verificá-las cientificamente. Por exemplo: Joseph Ratzinger já retirou alguma vez a palavra dada? Voltará atrás, na sua renúncia, após a eleição de outro papa?

Adinoel Motta Maia