sábado, 24 de abril de 2010

FÍSICA E PSÍQUICA 07

Muita gente contorna os assuntos que este blog apresenta aos sábados, como o peregrino que contorna a floresta, porque esta é tão densa, que ali ele se perderia e não acharia a saída.
Não é aconselhável, portanto, para quem está com pressa, deter-se aqui.
Há, no entanto, um pensamento popular que retrata quem assim procede:

APRESSADO COME CRU!

Se queremos evoluir, portanto, subindo a escada para oferecer horizontes maiores ao nosso ego (ver DESORDEM E REGRESSO às segundas-feiras), a pressa pode, ao contrário do que se pretende, atrasar a caminhada, ou melhor, a subida.
Isso não significa que temos de parar para digerir o que já vimos. Dentro da floresta, devemos dar passos sucessivos, sempre. O que se exige é fazê-lo com orientação, para não se andar em círculos.

Aqui se coloca um novo conceito de espaço-consciência, sendo necessário saber exatamente o que se diz, para não confundir o cenário e se perder os referenciais. De uma vez por todas, temos de não mais falar ou escrever “espaço-tempo”.
Sempre se falou em “três dimensões do espaço e uma do tempo” para medir os fenômenos no Universo e em suas partes, até que o discurso de Einstein apontou para o “tempo” como uma dimensão do “espaço”. Sua quarta dimensão.

Um dos problemas do gênio, contudo, é sua pressa. Ao dizer que “a paciência não é o gênio, mas (...) pode substituí-lo”, Flaubert deixou muito claro que qualquer pessoa pode fazer o que o gênio faz, mas se demora muito mais, porque a genialidade está exatamente na capacidade de perceber e raciocinar com mais velocidade. É uma virtude dos egos superiores, mais evoluídos, não importa o que seja e como seja o corpo ao qual esteja ligado.

Com a sua genialidade, Einstein trabalhou com quatro dimensões do espaço, mas se manteve fiel aos três eixos cartesianos, mantendo separado o “tempo”, com esse mesmo nome e sua individualidade, relacionando-o com o “espaço” numa nova entidade: o “espaço-tempo”.
Os gênios também erram, porque são humanos... e estão apressados.
Por isso, temos de dar aos nossos neurônios frutos colhidos de todas as árvores, para que a salada seja completa.
O conceito de “espaço-tempo” está incompleto, porque faltou determinar um dos seus fundamentos: a natureza do espaço. Trabalhou-se apenas com a matéria e a energia, como se nada mais existisse, sem determinar a origem de uma e de outra.

Já estamos vendo ao longo desta série, aos sábados, que tudo, sem exceção, é consciência que se manifesta em estruturas diversas, as simples compondo as complexas, em permanente evolução. Sem isso, não se concebe que espaço é consciência e assim, as quatro dimensões dele são dimensões da consciência, em quatro eixos de consciência, num dos quais se mede sua duração, que temos chamado de “tempo”.
Se Einstein tivesse visto isso (sua pressa não o permitiu olhar em volta, na floresta), ele não teria falado em “espaço-tempo”, como não falou em espaço-comprimento, espaço-largura, espaço-altura. Ao falar do “espaço”, já se diz tudo. Nesta palavra, já estão todas as suas quatro dimensões. A “duração” (o tempo)é apenas o seu quarto eixo. Com ela, falamos do universo físico, da realidade e da relatividade. Sem ela, temos apenas matemática, geometria, atualidade. Psíquica.

Não se preocupem. Aqui, ninguém deve ter pressa.

Até o próximo sábado.