segunda-feira, 19 de abril de 2010

DESORDEM E REGRESSO 07

Na segunda-feira passada (DESORDEM E REGRESSO 06), foi dito aqui, que “todos nós, da pedra que se solta da montanha até o homem mais intelectual do planeta, existimos para evoluir, cada um crescendo durante sua existência e se multiplicando, isto é, se reproduzindo, aumentando continuamente a população, até que uns comam os outros ou simplesmente se destruam ou ainda mais simplesmente, sejam destruídos por conjunturas estruturais da Natureza em evolução, porque cada indivíduo (mineral, vegetal, animal ou intelectual) está sempre sofrendo experiências, fazendo observações, aumentando sua memória, processando dados em análises e tornando mais complexas suas estruturas de consciência, que exigem novas formas físicas para realizar funções mais complexas, sacrificando-se a quantidade em benefício da qualidade”.
A boa notícia – repito – é que, individualmente, ninguém (nenhum ego) deixa de existir e toda desordem (regresso coletivo) leva à ordem e ao sistema que produz a evolução (progresso individual).

Esta evidência é percebida no cotidiano à volta de todos, esteja-se onde estiver, no meio da desordem e regresso (caos) coletivos, onde e quando se percebe a diferença dos egos individuais, uns seguramente mais evoluídos do que outros.
Não me refiro à percepção de aspectos físicos, genéticos, mas a dos comportamentos, do caráter de cada um, dos valores individuais mais elevados e sofisticados.
Não se trata de ser branco ou negro ou amarelo, nem de ser grande ou pequeno, forte ou fraco, alto ou baixo, fisiologicamente doente ou saudável. Não é questão genética, portanto.

Percebe-se à nossa volta, que um ego é mais evoluído do que outro, pelo seu comportamento, pelas suas atitudes, pelos seus valores intelectuais, pela sua consciência e sem a menor dúvida, também pela complexidade da sua estrutura física, porque esta se ajusta à complexidade da estrutura psíquica.
Ouso contrariar os que atribuem fatores ambientais como motivadores da evolução dos seres. Prefiro ver que a consciência de cada estrutura espacial (leia-se aos sábados neste blog a série FÍSICA E PSÍQUICA), se combina com outra para evoluir em complexidade, gerando estruturas físicas mais complexas para realizar funções ideais mais complexas.
Daí se verificar que estruturas físicas e psíquicas vegetais são mais complexas que as minerais e que as animais o são, mais que as vegetais e que as intelectuais o são, mais que as animais.
Entre os intelectuais, também se observa níveis de consciência mais elevados do que outros, seja pela quantidade, seja pela qualidade das informações obtidas por cada um.

Evidentemente, cada ego neural localizado no cérebro, assim tão mais evoluído quanto mais e melhor informado, morre com a morte do cérebro, isto é, do corpo humano.
TODA A INFORMAÇÃO QUE ESTÁ NELE, DESAPARECERIA SE NÃO FOSSE PASSADA PARA OUTRO EGO.

A BOA NOTÍCIA, PORTANTO, É QUE ESTE EGO NEURAL ESTÁ LIGADO A UM OUTRO EGO (INCONSCIENTE) FORA DO CORPO.
Um ego inconsciente para cada ego neural, que existe antes do nascimento e continua existindo após a morte desse corpo e que comanda o cérebro dele, ao qual se liga, como um homem comanda o HD (o disco rígido) de cada computador ao qual se liga. Esse HD não tem consciência do ego do homem, que o comanda.
Assim, quem evolui, eternamente, não é seu ego mortal, mas seu ego imortal.

Se não fosse assim, seria uma contradição da Natureza, tão perfeita em suas leis e propostas. Não haveria a estrutura e evolução geológica e biológica na Terra, se as conquistas evolutivas da Natureza não fossem mantidas e se prevalecesse o desperdício da destruição do que chega aos níveis mais elevados.

A evolução física é mantida pelo arquivo genético, já sabemos todos.
E a evolução psíquica?
Se o ego tivesse apenas seus arquivos no cérebro, morreria com a morte do corpo e tudo começaria de zero em cada corpo, sucedendo-se o longo aprendizado no lar, na escola e no ambiente social.
Como explicar, então, um gênio que surge num lar desestruturado ou inexistente, freqüenta uma escola medíocre e vive num ambiente sócio-cultural castrador?
Sem necessidade de ir buscar subsídios na religião oriental ou na doutrina espírita de Allan Kardec, o próprio método científico já nos permite estudar a consciência como acima proposta para se provar que há um ego permanente e individual FORA DO CÉREBRO, ligado continuamente ao ego neural (no cérebro), desde o nascimento até a morte deste.
Um ego imortal e inconsciente para o ego neural (humano), que evolui eternamente com as experiências vividas através de cada corpo material, na Terra, ligando-se sucessivamente a muitos deles.

Já me alongo demasiadamente para a dose desta segunda-feira. Prometo voltar na próxima semana.