quinta-feira, 13 de maio de 2010

ONDE E QUANDO 10

Quando eu era menino, até minha adolescência, 13 de maio era feriado, para se comemorar a Abolição da Escravatura.
Vem de longe, portanto, essa coisa de guardar na memória da população aquela prática terrível de manter seres humanos presos e torturados para a realização de trabalhos forçados.
Os europeus, que tiveram seus escravos de todas as cores, já esqueceram isso há séculos.
Um dia, não sei em que futuro, estaremos comemorando o fim da prática abominável de manter seres humanos presos em fábricas, lojas e escritórios durante oito horas por dia para a realização de trabalhos forçados, como empregados, assalariados, com carteira assinada.
É verdade que muitos já se alforriaram, tornando-se autônomos ou “empresários” (vendedores ambulantes registrados para pagar impostos) e certamente, um dia, estarão todos livres para trabalhar onde e quando quiserem.
Mas isto é o futuro, dizem, que só Deus sabe!

Justamente neste 13 de maio, nasceu há 116 anos, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, conhecido na cidade do Salvador simplesmente como “Instituto Histórico” e mantido em pé graças ao idealismo de uns poucos, Profa. Consuelo Pondé de Sena à frente, presidindo sua diretoria há mais de uma década.
Como é tradição, lá estaremos às 18 horas para ouvir o orador oficial homenagear os sócios falecidos, ver novos sócios tomarem posse e ao fim saborear os doces e salgadinhos obrigatórios em tais ocasiões.

São alguns, não sei quantos, os institutos históricos em vários estados. Há até um que é “Brasileiro”. Publica-se revistas, que são feitas com muito esforço e o pouco dinheiro disponível – a do IGHB é anual – com o propósito de registrar o onde geográfico e o quando histórico dos fenômenos naturais e dos fatos provocados pelo homem.
Na realidade, são poucos os textos geográficos.
Há uma preferência por homenagear seres humanos que fazem história, com suas ações.

Permito-me, contudo, extrapolar a realidade e sonhar com nossos institutos geográficos e históricos com bastante dinheiro não só para fazer suas revistas e publicar seus livros, como para promover expedições exploratórias, realizar pesquisas históricas e montar museus, mantendo equipe científica permanente, competente e atuante.
Como acontece em todo país civilizado, educado e preocupado com seu território e sua gente, onde governos e empresas contribuem com recursos suficientes para os custeios e os investimentos em inteligência.

Talvez possamos apressar a realização desse sonho, lutando pelo estádio da meritocracia, em nossa democracia. Este é um ano de eleições e a ordem deve ser escolher pelo mérito, eleger os mais capazes e que valorizam o mérito no serviço público. Seja qual for o seu partido, votando no indivíduo que se compromete com a evolução... e a História!