terça-feira, 4 de maio de 2010

ACHADOS E PERDIDOS 09

Ontem foi a data limite determinada pela FIFA para o início das obras nos estádios brasileiros que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014.
Para mostrar que cumpre o cronograma, na Bahia, o governo estadual mandou colocar tapumes em volta do Estádio da Fonte Nova.
Fui lá, para conferir.
Encontrei alguns atletas máster de natação, saindo da área da piscina e queixando-se de que foram expulsos na hora em que os operários iniciavam o fechamento, sem que houvesse aviso prévio algum.
Parece que foi uma decisão abrupta, só para mostrar cumprimento do prazo, quando se sabe que o Ministério Público não permite a implosão do velho estádio, sem que seja feito um estudo de sua repercussão nos prédios vizinhos. É claro que vai demorar muito para que as obras ali sejam “iniciadas”.
A FIFA já ameaça entregar a realização da Copa do Mundo de 2014 para os Estados Unidos, se os governantes brasileiros continuarem "enrolando" e fazendo seu próprio cronograma.

Por outro lado, a pouco mais de um mês do início da décima nona Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul, já dá para sentir a diferença enorme do que ocorria quando a competição aconteceu nos países da Europa.

Está aí uma sugestão para pauteiros da mídia de todo o Brasil: por que quase não se está falando na seleção brasileira e na competição que se realizará em junho?
Terminados os campeonatos estaduais no domingo passado, nesta semana ainda se disputam as quartas de final da Copa do Brasil com grandes clássicos interestaduais e já começarão os jogos do campeonato brasileiro de 2010.
Quem vai ter mais mídia de agora em diante: a Copa do Mundo ou as do Brasil?

Não é preciso fazer grandes exercícios intelectuais para se chegar a um primeiro dado: tem menos propaganda na televisão sobre os jogos da África do Sul, do que tinha, um mês e meio antes da competição na Alemanha em 2006.
Falta de confiança dos anunciantes?
Parece que os estádios africanos vão receber quase apenas torcedores africanos, tal o desinteresse, por exemplo, dos europeus, em ir até lá. E não só deles.
A propaganda sul-africana é muito pobre, não promete muito ao turista e nem ao torcedor. Há uma centralização na política e nos políticos de lá.
Fala-se mais neles do que nos jogadores.

Dizem que, quem vê a barba do vizinho arder, põe a sua de molho.
A próxima Copa, depois desta, será no Brasil. Não devemos cometer os mesmos erros. O presidente do país-sede deve aparecer apenas no momento de abrir os jogos (sem receber vaias).
Faturar ideologias através do esporte sempre derruba os políticos que o fazem.

Quais são as chances da seleção brasileira, em 2010 e em 2014?
Sugestão de pauta: matéria bem pesquisada e documentada sobre nossas possibilidades reais, sem ufanismo, para evitar decepções como as ocorridas com a eliminação pela França nas quartas de final da última Copa, ou aquela outra pela Argentina, nas oitavas, em 1990 (na Itália). Sem falar na final perdida para os italianos em 1982 (aquela foi a melhor seleção brasileira)e na eliminação,invicta, na Argentina em 1978.

Atenção, pauteiros! Vamos perguntar aos brasileiros que sofreram e ainda se lembram da derrota em 1950 no Maracanã, na final:

O BRASIL TEM OBRIGAÇÃO DE VENCER A COPA DE 2014?
SE O BRASIL FOR CAMPEÃO EM 2010, NA ÁFRICA DO SUL, VAI TER DE SER BI-CAMPEÃO EM 2014, NO BRASIL? OS TÉCNICOS E ATLETAS DOS DEMAIS PAÍSES VÃO DEIXAR QUE ISSO OCORRA?

Voltem na próxima terça-feira. Achem aqui as pautas que outros pauteiros perderão, por não lerem este blog.