quinta-feira, 11 de março de 2010

ONDE E QUANDO O1

O que é o turismo se não geografia e história ao vivo? Mesmo quando se fala em museus de arte, lá estão as pinturas de paisagens do mundo inteiro e dos seus povos, tudo no contexto da história da própria arte. Quando o quadro foi pintado? E as esculturas antigas? O que é o Museu do Louvre, se não um museu de geografia e história universais?
Ah! Há a criação artística, o traço, a sombra, a perspectiva, o material empregado, a cabeça do pintor ou do escultor a reproduzir suas ansiedades, suas paixões, suas depressões, seus medos, suas alegrias, sim, há tudo isso, mas num estilo próprio do clássico, do medieval, do barroco, do moderno e aí estamos de novo na história.
Mas não é dessa arte apenas que vive o turismo. Tem a música e o teatro, quem viaja para ver e ouvir espetáculos. Quem vem à Bahia para o Carnaval ou compra ingresso de um “show” de “rock” em Londres ou de um concerto da Filarmônica de Berlim, com um ou dois anos de antecedência, pagando passagens, hospedagem, alimentação e tudo o mais que move o mundo das viagens. Carnaval da Bahia? Qual? O dos bailes em clubes e hotéis? O dos trios elétricos de Caetano, Armandinho, Moreira? Ou o dos camarotes de Mercury, Gil e Ivete? Há um “quando” nessa escolha, um momento da história da música de carnaval a ser vivido, a depender do endereço que se dá ao motorista do táxi, saindo do hotel. Ou na escolha do próprio hotel. Talvez na escolha da cidade onde se vai “curtir” o Carnaval, porque o do Rio é muito diferente daquele que se faz em Colônia, na Alemanha. Festa do povo, depende deste, dos seus hábitos, da sua cultura, da sua geografia, da sua história. Que coisa é essa de viajar, gastar dinheiro, para ser arrumado em áreas de “show”, como gado, com o direito apenas de balançar as ancas e os braços, sem espaço para dançar, mas apenas para pular rigorosamente na vertical? Isto é música, porque se está ali apenas para ouvir a música “ao vivo”, com toda a vibração coletiva, expulsando os próprios demônios, limpando a alma. Ah!!! Mas há quem escolha o lugar, o espaço geográfico, onde as pessoas se fantasiam, evoluem, buscam significados e colhem a inocência dos cantos e dos olhares sedutores de quem está à janela, apenas sorrindo... em Olinda!
Isso é turismo. História e Geografia. Seja o que for, que se faça. No fim, no verso das fotografias, põe-se sempre uma data e um lugar e um dia, abrindo-se um álbum (ou um arquivo no computador), conta-se para outra pessoa, sua história pessoal aqui ou ali.