segunda-feira, 29 de março de 2010

DESORDEM E REGRESSO 04

Nas três abordagens já feitas às segundas-feiras, neste blog, ensaiou-se exemplos do cotidiano que mostram claramente o egoismo nas atitudes, a falta de compromisso com o dever, o desrespeito às leis e normas (até àquela feita por si próprio), num estado de desordem que se amplia na medida em que as pessoas não são punidas pelos erros que cometem contra terceiros na comunidade.
Mais do que consentir, indivíduos em postos de autoridade, que deveriam julgar e punir (pais, professores, policiais, juízes) costumam ser também autores ou agentes de atos contrários a essas leis e normas que deveriam impor, fiscalizando seu cumprimento e atuando contra os que não as cumprem. Assim não o fazendo, estão contribuindo para a DESORDEM nas comunidades e o REGRESSO destas a estádios anteriores da sua estrutura social, prejudicando muito àqueles indivíduos que deveriam evoluir com suas experiências e assim não as aproveitam, atrasando-se em sua caminhada para uma vida melhor.

Por que o fazem? Porque o acesso aos cargos e funções de autoridade é cada vez mais fácil e menor o número dos que estão preparados e são capazes de assumí-los. Pessoas estão sendo selecionadas e assumindo funções de alta responsabilidade não mais por sua capacidade em executá-las, mas por filiação partidária. Ignoram que o progresso da desordem leva ao regresso das estruturas sociais humanas que deveriam crescer em intelectualidade, mas fazem o caminho de volta, para a animalidade. Não é difícil ver isto. Está o tempo todo à volta de todos nós, nas páginas dos jornais e nos programas de televisão, sejam os noticiários, sejam as novelas, sejam os de auditório ou os chamados “reality shows”.
A vulgaridade na qual estão sendo lançados todos os cidadãos, por ação e omissão de ignorantes ou acomodados, transforma a sociedade numa pasta informe onde já é difícil manter a honra, a dignidade, a honestidade e os demais valores que resultam de estruturas superiores de consciência que fizeram a espécie animal evoluir para a intelectual.
Neste momento de crise social humana, aqui ou ali, é necessário separar o joio do trigo e dessa forma construir para todos através da educação com cobrança rigorosa de resultados, porque não se deve esquecer dos naufrágios, nos quais morrem todos os passageiros por culpa do comandante e da tripulação, que também morrem de morte bem morrida. Para sempre.

Punir com rigor, portanto, é benefício que se dá a quem precisa de referencial e guia. Essa punição começa na infância, a quem desobedece pai e mãe ou não faz o dever de casa com aplicação e correção, a ser apresentado com alegria ao professor. Continua na adolescência, quando se aprende a andar na rua, a respeitar o direito dos outros, a ajudar o que pede informação e a cumprir as normas de convivência social. Finalmente, chega ao adulto que já assume responsabilidades individuais, sociais, profissionais e administrativas, obedecendo a constituição e demais leis do seu País, os códigos, normas, regulamentos e estatutos diversos aos quais estiver subordinado, sem esquecer as leis da natureza, ditas “Leis de Deus”. Este, como se sabe, nunca perdôa. Basta ver o que acontece aos que ocupam lugares que não devem, quando ocorrem as erupções vulcânicas, os terremotos e as inundações, por exemplo. Ou aos que se submetem, por ignorância, aos germes e outros agentes patológicos. Deus pode demorar, mas sempre castiga.