quinta-feira, 25 de março de 2010

ONDE E QUANDO 03

Está em todas as revistas de atualidade, nos jornais diários e nas emissoras de televisão, a cultura do ódio ideológico partidário e sectário, comumente resultante da insatisfação dos que têm pouco ou nada, contra os que estão bem estabelecidos, com seus problemas resolvidos, em estruturas sólidas e que funcionam.
Costuma-se considerar estes numa situação de DIREITA, porque a maioria da população mundial é composta por destros, para os quais é a mão direita a que mais e melhor produz, o que teria colocado, nos parlamentos europeus (notadamente o francês), os parlamentares da situação nas cadeiras do lado direito, indo para a esquerda os da oposição. Assim, costuma-se considerar como AS ESQUERDAS os grupos que se opõem aos que chegaram primeiro ou conquistaram posições privilegiadas e defendem as normas e procedimentos operacionais que os levaram a tais posições.

Geográfica e historicamente, os judeus chegaram primeiro na adoção das propostas e valores inovadores do monoteísmo, levado este do Egito (proposto por Akenaton) para Canaã (por Moisés), sobre o qual montaram uma estrutura social e econômica dominante, até que os romanos os expulsaram da Palestina e os espalharam pelo mundo, criando uma Igreja (Saulo de Tarso era romano) que seria absorvida pelo Imperador Constantino.
Com a queda de Constantinopla e o fim militar do Império Romano, Roma manteve-se no poder, com um novo regime (religioso) e um novo trono (o Vaticano), continuando a perseguir os judeus onde quer que estivessem, usando como principal arma o Tribunal do Santo Ofício, inventado pela ordem dos dominicanos.

Depois de empurrados da França para a Espanha e daí para Portugal, os judeus tiveram de sair também desse país (ou renegar sua Fé), com a instalação do Tribunal do Santo Ofício nesse reino, por D. João III, em 1536 (D. Manuel I já havia iniciado sua expulsão, não por convicção, mas por obrigação, por estar casado com uma espanhola, filha dos Reis Católicos, de Espanha). Cabia a esse tribunal combater as heresias (judaísmo, protestantismo, feitiçarias, tudo o que contrariasse a Fé católica), perseguindo também os bígamos, os sodomitas e até os sacerdotes considerados sacrílegos.
É bom saber “onde” e “quando” tudo começou, quando se examina a atual situação dos judeus, agora com outra frente de luta, no mar de ódio que banha o Oriente Médio. Não é com o ódio, que se chega ao entendimento e à paz. Sua capacidade obliteradora é uma das poucas coisas que impedem a passagem da luz. Iluminar uma questão é o primeiro passo para respondê-la corretamente. Não há luz “onde” e “quando” não há informação, estudo, conhecimento, análise honesta. Pior: quem mais perde com a falta de luz não é o objeto a ser iluminado, mas o cego, o que não consegue ver sem ela. Por que há tanta gente optando pela escuridão e a cegueira? Porque, antes, optaram pelo ódio.