sexta-feira, 2 de agosto de 2013

VERDADE NA EDUCAÇÃO


Crônica científica

As metas educativas para fins políticos, isto é, meramente estatísticos, privilegia o número de assentos ocupados nas escolas, ou seja, o de matrículas. Diz-se que o País está melhorando no item “educação” meramente porque aumenta o número de crianças e jovens matriculados. Não vemos qualquer questionamento que se refira ao que, quanto e como esses brasileiros estão apreendendo, mas os resultados apresentados pelos diversos exames que se realizam no país mostram claramente que não é muito, sequer o satisfatório. Na base de tudo, está a formação e o salário do professor dos cursos fundamental ao médio. Como atrair para o magistério, pessoas qualificadas para educar – não apenas ensinar – se o salário oferecido é menor do que aquele que ganha, num mês, uma simples faxineira diarista ou um encanador que se encontra em porta de casa de materiais de construção, que não precisa saber mais do que a prática do seu ofício? É evidente que o Estado, isto é, os políticos que nele atuam, querem manter a população brasileira ignorante e idiota.

Por outro lado, ainda politicamente, não interessa a prefeitos, governadores, deputados, vereadores e seus secretários ou mesmo ao Presidente da República e seus ministros, que a Escola forme massa crítica, cidadania atenta e competente. O que esses enganadores querem é apenas o voto sem consciência, de ignorantes que acreditam em slogans ou seguem líderes carismáticos semeadores de crenças e emoções, contrários a tudo que desenvolva a razão e promova a verdade. A técnica mais utilizada para manter esse status quo é a do fomento das artes e dos espetáculos que formam apenas espectadores nas escolas, assim como dos jogos recreativos (jamais o do esporte competitivo, que forma líderes). Para completar o quadro, introduziu-se a farsa que dá dinheiro a quem apenas matricula os filhos na escola (sem se exigir que obtenham rendimento com os estudos). E o pior: enche-se a mídia impressa e eletrônica com anúncios de empresas estatais, para que textos como este não sejam impressos em suas páginas ou lidos em quaisquer horários. Uma mídia que privilegia os temas sociais e o noticiário policial para atrair a fatia do público que cultiva apenas emoção, sexo e violência, ou seja, as práticas dos animais.

Com essa base estratégica, os políticos que envergonham a nação que os elege, reelege e eterniza em seus cargos – sobretudo a minoria dos intelectuais que são obrigados a conviver com essa realidade – são os donos do país e de sua população, usufruindo a mais torpe das ditaduras: a da corrupção, que compra tudo e quase todos. Os intelectuais brasileiros, isto é, a parcela da sociedade que usa o cérebro na plenitude de sua capacidade de memória e da sua velocidade de processamento, no topo da educação não apenas universitária e em pleno processo cultural dirigido para a consciência científica e suas preferências artísticas, têm a responsabilidade de liderar uma revolução na educação do povo deste país, sabendo que não se educa as massas, mas cada um dos indivíduos que as compõem. Qualquer tentativa em educar massas, neste mundo, resultou apenas em monstruosidades sócio-políticas que a História mostra como exemplos de sacrifícios não raramente transformados em infernos dantescos.

Nesse contexto, trago o publicitário baiano Nizan Guanaes, que, em um artigo publicado em 14 de maio de 2013, no jornal A Tarde, defendeu “o fim da marca fantasia e o começo da marca verdade” na comunicação, na publicidade, alegando que, “como o mundo está transparente, o consumidor cobra o que você diz que é” e assim, “na época da comunicação total, a verdade tornou-se a maior arma de persuasão em massa”. Não apenas em massa, podemos completar, mas também individual. Principalmente quando individual, porque a massa é mais fácil de enganar do que o indivíduo. Assim, tomando emprestado a competência e a experiência de Guanaes, vamos todos reforçar esta proposta de cultura da verdade também na educação, substituindo as pressões ideológicas partidárias e sectárias na formação de professores por uma universalidade científica até no ensino das artes – onde se trabalha com emoções – trazendo a verdade, doa em quem doer, como solução para a felicidade e a eternidade dos egos de todos nós. Porque, afinal, é o ego que importa porque é ele que evolui e nos transforma, levando-nos, como diria Jesus, para o Reino de Deus.

Adinoel Motta Maia