sexta-feira, 9 de agosto de 2013

INTELECTUAIS QUE SE ISOLAM


Crônica científica

   As pressões sociais sobre o homem que se individualiza são terríveis. As evidências - sem as quais não há Ciência - estão aí, no cotidiano. O primeiro carimbo que se coloca na testa de uma pessoa que cultiva os seus próprios valores - aqueles norteados pela sua própria consciência - é o do egoísmo. O ser humano que se informa e se forma com independência, sem atender as pressões da família, dos parentes, dos colegas de escola e de trabalho, dos vizinhos, da comunidade, que o querem numa seita religiosa qualquer, num partido político conveniente ou num movimento cultural com alguma cor ideológica, ou ainda - o que pior - na preguiça e na ignorância, apenas na diversão, nas praias e nas festas com comidas e bebidas; é considerado um alienado, um doente, um maluco, isto é, alguém fora de contexto, que tem "um parafuso a menos" ou, na melhor das hipóteses, um egoísta que menospreza a sociedade, quando, em verdade, é a sociedade que não o respeita, valoriza ou aceita. Para os pastores que vivem dos seus rebanhos, tais indivíduos são "ovelhas negras" que devem ser descartadas, porque não servem para dar lã nem leite, mas apenas carne.

   Às vezes ocorre nascer numa família intelectualmente mediana ou primária, uma criança que ao crescer demonstra essa tendência e começa a ser vista como "diferente", logo passa a ser "preocupante" e não raramente é levada na adolescência ao padre ou a um psiquiatra. Evidentemente, há os casos em que esse é o procedimento correto, porque há doenças psíquicas que devem ser diagnosticadas e tratadas. Estamos falando, aqui e agora, no entanto, dos outros, quando o jovem troca uma praia por um livro, por um jogo eletrônico ou até mesmo uma revista de quadrinhos ou a televisão; quando se perde em pensamentos no campo ou no próprio quarto; quando se associa a um clube de cinema ou de enxadrismo; ou pratica uma atividade solitária, como as longas caminhadas, a coleção de selos ou a pesquisa bibliográfica.  Estes são apenas alguns exemplos de uma grande variedade de comportamentos que denotam haver no indivíduo jovem, já, uma nítida manifestação de desenvolvimento intelectual, seja por formação genética, seja por evolução psíquica de um ego, que já se encontra numa senda muitas vezes milenar, em sucessivas ressurreições, na transformação da inteligência em sapiência.

   A leitura, o estudo, a pesquisa, com proposta científica - não para fins sócio-políticos - dos textos antigos, mostram que a ressurreição do ego, isto é, da personalidade, está em todos os povos e que o texto bíblico judaico, que influiu na redação dos evangelhos, contrariou o próprio Jesus, que nos veio dar a notícia de estarem os judeus errados em afirmar uma única passagem do ego humano pela Terra, impondo uma moral que condenava os errados ao Inferno eterno e premiava os justos ao Paraíso também eterno. Jesus quis mostrar a imortalidade do ego, que sobrevive à sua hospedagem em um corpo material e que após a morte deste, retorna a outro corpo que nasce, em sucessivas ressurreições. Chamou a isso, Reino de Deus. Os judeus que redigiram os evangelhos, no entanto, modificaram essa mensagem, dizendo que Jesus morreu na cruz e ressuscitou dos mortos - apenas ele - quando, em verdade, ele foi para a cruz, mas não morreu nela e pregou que a ressurreição era corrente em todos os homens, vida após vida, de um mesmo ego eterno. Liderados pelo judeu Saulo (Paulo) de Tarso, os evangelistas criaram um Cristo (palavra grega que corresponde a Messias em hebraico), atribuindo esse título a Jesus, que nunca aceitou as pressões de Pedro para que fosse um líder político - o Messias esperado pelos judeus para livrá-los dos romanos - , porque era outra a sua proposta.

   Assim, com independência, como indivíduo, qualquer um de nós pode desenvolver o próprio ego e não perder o seu trabalho, de toda uma vida, ao fim desta, voltando a outro corpo, ligando-se a outro cérebro, com uma bagagem intelectual adquirida em vidas anteriores. Evidentemente, quando mais vidas tem um ego, mais experiência e observação levou para formar essa bagagem intelectual, de modo que há homens com egos mais evoluídos que outros, por terem bagagem maior. Os políticos, sejam ideológicos ou religiosos, impõem leis que consideram todos os homens iguais, quando deveriam legislar com a imposição apenas de direitos e deveres iguais para todos, vivendo em sociedade. A boa notícia - evangelho - é que só depende de cada ser (humano ou não) evoluir em função de suas observações e experiências, aprendendo com o sofrimento, vida após vida, de modo que em algum momento, pode-se estar num corpo humano com o único propósito de pensar, estudar e pesquisar para substituir a inteligência pela sapiência e deixar definitivamente a Terra para viver no Reino de Deus. Assim, tende a isolar-se.
  
   Jesus prometeu voltar, não com esse nome, evidentemente, que era apenas o do ser humano ao qual se ligou há dois milênios. Ditou pessoalmente ao seu apóstolo João, em Patmos, muitos anos depois de ter descido da cruz, uma revelação (Apocalipse) sobre sua volta - do seu ego, a se ligar em um novo corpo. Em desacordo com o que fez Saulo (Paulo) de Tarso, sob influência de Pedro que queria um Messias (Cristo), assim acoplado ao nome e vida de Jesus, este prometeu voltar como o Anticristo, para restabelecer a verdade. A pergunta que temos de fazer com muita coragem é: a Igreja Católica vai reconhecer o seu erro histórico e finalmente servir a Jesus e seu sucessor, no anúncio do Reino de Deus, agora cientificamente? Ou vai manter-se em erro, politicamente, sustentando o Cristo e perseguindo os que anunciam e se preparam para receber esse sucessor, quando ele se revelar, seja qual for o seu nome, seja qual for o corpo ao qual se ligue, nesta nova ressurreição?

   Fui um jovem "normal" nas décadas de 50 e 60, com amigos e companheiros em praias, festas, carnaval de rua, sempre heterossexual, mas sempre, também, grande leitor, estudioso, pesquisador e escritor. Em 1957, comecei a perseguir a verdade absoluta, para encontrar cientificamente a consciência divina. Chegando finalmente a ela, aos 75 anos, comecei a publicar uma trilogia, de ficção e realidade, para anunciar minhas descobertas, que matam a cobra e mostram o pau. Dois romances já estão publicados: "A Cruz dos Mares do Mundo", que lança a Psíquica ao lado da Física; e "A Noite dos Livros do Mundo", que trata da origem do universo e do reino de Deus.
Até o fim deste ano, será publicado "A Trilha dos Santos do Mundo", que fechará com provas documentais e científicas o quadro da consciência cósmica no qual nós, os humanos, estamos inseridos. Esses livros podem ser procurados nas livrarias, mas seguramente também podem ser pedidos à distribuidora Singular, no Rio de Janeiro, pelo site www.lojasingular.com.br.

Adinoel Motta Maia