sexta-feira, 16 de novembro de 2012

VIOLÊNCIA E LEI DE DEUS


Crônica

Acordei ontem, acordo hoje, acordarei amanhã, com notícias terríveis na televisão. Nunca imaginei ver uma passeata de policiais portando cruzes brancas, pedindo proteção, porque noite após noite, madrugada após madrugada, estão sendo alvos não exatamente dos bandidos estabelecidos, mas de quantos aceitam missões eventuais, como mercenários, para matá-los. Se os próprios agentes da Polícia, que se considera como Segurança Pública, estão desprotegidos, o que dizer de nós, cidadãos contribuintes, que pagamos ao Estado (municipal, estadual e federal) para ter, entre outros, esse serviço?

Ao contrário do que seria sensato, a mesma emissora de televisão, no mesmo programa de notícias, mostra o movimento nas ruas e nos shoppings da cidade, com matérias especiais que induzem ao consumo, às festas e às viagens, como se tudo estivesse na melhor das condições, com o objetivo claro de estimular as vendas em geral, inclusive dos produtos anunciados nos intervalos desses programas. "Pior é na guerra" - diria a minha avó. Não é. A guerra que se vê estabelecida no Oriente está matando menos do que a nossa Paz. "É o Fim do Mundo" - dizem muitos. Também não é, porque o aumento da população é muito maior do que a quantidade de gente que morre.

Podem todos ter certeza de que a Mãe Natureza nunca perde, porque a perda está prevista, é consentida e faz parte do processo de evolução. Suas leis são poucas, mas inalteráveis e impostas com todo o rigor, doa em quem doer. Se alguém duvida, tente jogar-se do Elevador Lacerda sem pára-quedas e ver se há oração que o impeça de morrer. Quem nunca abriu uma Bíblia, que o faça agora e leia apenas o primeiro versículo - a primeira frase - do primeiro capítulo do primeiro livro, o "Gênesis". Está escrito, ali:

No princípio Deus criou o céu e a terra.

Durante milênios, temos lido essa frase assim, com importante erro de tradução, porque a palavra que o seu autor utilizou e foi traduzida como Deus, não existe na lingua hebraica, a dos judeus. Escreveu ele: Elohim. Deus seria apenas El ou, num outro sentido, o do Senhor, JHVH, que se pronuncia JaHVeH. Por séculos, provavelmente mais de um milênio, os exegetas (pessoas que interpretam e esclarecem um texto, especialmente a Bíblia) profissionais discutiram o significado de Elohim. Logo viram e ficou estabelecido que El significa Deus e im é um sufixo que indica o plural. Nunca foi encontrado o significado da partícula intermediária oh ou seu papel na formação da palavra.e assim os mais puristas contentaram-se com o plural de Deus, que contrariava a base do judaismo, isto é, o monoteismo, mas servia o Politeismo, a Mitologia e à teoria dos deuses astronautas. Ao fim de tudo, um grupo de exegetas optou por dar à partícula oh um sentido de atributo, ficando aquela primeira frase bíblica com a seguinte tradução:

No princípio, o atributo de Deus criou o céu e a terra.

Atributo significa "aquilo que é próprio de um ser". No caso de Deus, todo-poderoso, é o seu poder, a sua Lei eterna e dura, irrevogável e inalterável. Assim, sejam quais forem as leis dos homens, o seu Direito, nada valem perante a Lei de Deus, que nos manda experimentr e sofrer para aprender, assim como morrer para renascer e ter uma nova chance, tantas vezes sejam necessárias, para evoluir. Assim, o plasma das estrelas criou planetas minerais, que um dia tiveram uma de suas moléculas a se reproduzir, iniciando a vida e com ela, os vegetais, que se individualizaram e ganharam movimento próprio (anima = alma), desenvolvendo sua estrutura neural e formando a memória que permitiu o processamento de dados, assim surgindo a inteligência e os seres intelectruais, entre os quais o homem ainda é o topo, na Terra.

Chegamos, assim, a um ser, também criador, assim feito à imagem de Deus, como o camputador eletrônico foi feito à imagem do computador biológico, nosso cérebro e o robô sairá com cérebro próprio pelo espaço cósmico, feito à imagem do homem, alimentado com vida, como nós, os animais e os vegetais, pela energia das estrelas. Aí chegando, perguntamos se haverá algum fim do mundo.
É evidente que não, porque a Lei de Deus não tem dispositivo que permita isso. Ao contrário, nela, cada destruição promove uma evolução. O máximo que podemos destruir é a nossa civilização, com nossas leis permissivas, com nossos perdões viciosos, com nossa vaidade, com nosso egoismo, com nossa preguiça. A Lei de Deus determina o fim do que é imperfeito, em busca da perfeição. A escola onde se aprende isso é a vida, cada vida sendo um período letivo, podendo ser repetido eternamente, se não se aprende.

A conclusão óbvia é que a violência que medra em nossas cidades só terminará quando resolvermos enfrentar o problema com educação e não apenas com repressão. Chegamos a um estádio em que isso já é quase impossível e teríamos de esperar a Natureza destruir o cenário para começar um novo povoamento. Talvez possamos evitar isso, começando por controlar a população e colocar os interesses ontológicos à frente dos ideológicos e dos prazeres que viciam e degradam. Somos, já, suficientemente intelectuais para resolver esse problema, mas temos de saber que um dos recursos da educação é o sofrimento. Pode ser o último a ser empregado, mas deve ser considerado e aplicado. Assim manda Elohim, que mata populações inteiras.

Adinoel Motta Maia
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