quinta-feira, 29 de julho de 2010

A EVOLUÇÃO DAS ESTRUTURAS PSÍQUICAS E FÍSICAS



SEGUNDA PARTE
(VER PRIMEIRA PARTE NESTE BLOG, EM 22 DE JULHO DE 2010)

Com as evidências já apresentadas, podemos afirmar que o Universo – espaço infinito em suas três direções ortogonais e uma duração – é um conjunto de infinitas posições pontuais conscientes de si próprias e das demais, que começaria sua evolução em um conjunto matemáticamente vazio, um estado de campo[1].
Teríamos assim o Nada, quando o espaço apenas “era”. Existiria somente com a consciência do ser (O VERBO). Sem esta, não existiria.
Não se pergunte de onde, quando ou como surgiu essa consciência. Como já vimos, é evidente que sempre existiu, pelo simples fato de que o SER é a única condição de EXISTIR. Se há um espaço, ainda que vazio, ele É e se é, EXISTE. E se existe, é consciente de sua existência. Por mais condicionamento que tenhamos da existência física, por ser esta nossa realidade cotidiana, no nosso cérebro, é necessário abrir a mente para a existência meramente psíquica, a da atualidade, sem duração[2], como um campo preparado para o cultivo.

Posso imaginar a dificuldade normal de todas as pessoas que estão recebendo estes novos dados pela primeira vez, propondo uma nova estrutura não apenas paralela à Física (não se trata de metafísica), mas promotora desta, no sentido de que são as estruturas psíquicas que formam as estruturas físicas, estas, na realidade, estruturas também psíquicas, mais complexas. Felizmente, não estou acenando com alterações ou morte da Física, mas apenas explicando de onde e como esta surgiu, abrindo o caminho para a Teoria Unificada do Universo, com leis únicas para todo ele.

A esta consciência de todo o conjunto, nesse conjunto e em cada uma das suas infinitas posições pontuais (cada uma delas uma pontualidade) nas três direções, vamos chamar de eternidade, porque todo esse espaço é consciente de si mesmo numa duração infinita constituída também por uma infinidade de posições atuais (uma infinita sucessão de agoras, cada um destes uma atualidade) na sua única duração.

Está claro para quem lê (e se necessário, relê algumas vezes), que o espaço infinito é constituído por uma infinidade de pontualidades (sucessivas posições marcadas em três direções ortogonais) e de atualidades (sucessivas posições marcadas numa única duração). Também está claro que todas essas pontualidades e atualidades são conscientes, individualmente, porque estão separadas por intervalos infinitamente pequenos, que, assim, têm dimensões infinitesimais, lineares.

Temo que pessoas ainda não matematicamente treinadas[3] sintam alguma dificuldade para compreender e aceitar isso, mas evidentemente as já iniciadas não terão qualquer dificuldade em acompanhar o raciocínio que nos leva a uma consciência capaz de situar-se simultânea ou sucessivamente em quaisquer dessas pontualidades e atualidades, formando pequenos conjuntos infinitesimais – extremamente pequenos, portanto – mudando-os de posição em distância e duração maiores que zero e formando assim o que chamamos de realidade, isto é, formas geométricas com dimensões em três direções (tridimensionais) e com uma duração de consciência (percepção), maiores do que zero.
Dizendo isto com outras palavras: quatro pontos juntos, por exemplo, no espaço tridimensional (sem a duração), como vértices de um tetraedro, estando conscientes de sua existência individual, formam a consciência coletiva do tetraedro, estático, na atualidade. Acrescentando-se uma duração qualquer (maior do que zero) à consciência, esta pode alterar ou não a posição desse mesmo tetraedro para outros quatro pontos, passando-se à realidade. Pode também unir vários tetraedros em quantidade suficiente para formar uma esfera. Pode mover essa esfera de lugar, simplesmente deixando de considerá-la numa posição e passando a considerá-la em outra, no espaço.

É na realidade, que a consciência universal (a do espaço infinito) cria, realiza e opera toda a sua obra, constituída por ondas (energia), partículas livres sub-atômicas (quase-matéria) e corpos formados por átomos (matéria), simplesmente com estruturas de consciência, das mais simples às mais complexas, numa trajetória evolutiva que começou com o segmento de reta, depois as figuras planas e finalmente os sólidos geométricos infinitamente pequenos, juntando estes em aglomerados, sempre em busca de maior complexidade. No exemplo acima, a consciência de umas poucas centenas de pontos organiza-se em algumas dezenas de tetraedros infinitesimais formados por apenas quatro posições de consciência (quatro vértices), para construir uma esfera consciente de todas as suas posições pontuais. Essa esfera de consciência pode mudar-se para outra posição no espaço, sem alterar a estrutura da consciência deste, ou seja, quem muda de posição é a estrutura psíquica da esfera (sua consciência) e não os pontos em si, que permanecem nas mesmas posições.

Já percebemos aí, estruturas psíquicas que evoluem do ponto para um segmento de reta (um lado de qualquer dos triângulos do tetraedro), assim como deste para o próprio triângulo, seguindo-se a do triângulo para o tetraedro e finalmente deste para a esfera, com sucessivos aumentos de complexidade.

Se unimos tais conceitos e propostas numa nova ciência – a Psíquica – já podemos pensar imediatamente em duas primeiras leis. A primeira delas, que chamaríamos DA ATRAÇÃO, determinaria que há uma atração permanente, contínua e abrangente em todas as posições do espaço no limite de suas individualidades e sem limite para sua expansibilidade, significando que a consciência é a atração que une todos os pontos do espaço. Estudiosos na Antiguidade chamaram essa atração de ESPÍRITO[4].

Todos os esforços que a Física faz com seus aceleradores de partículas para quebrar aquelas que constituem a matéria, um dia chegarão a um resultado hoje já perfeitamente previsível: a descoberta de que toda a realidade das ondas e dos corpúsculos é formada por consciência pura. É a consciência que nos dá as posições, dimensões e movimentos de tudo o que existe, em velocidades tanto maiores quão menores são as estruturas de “pensamento” consciente. É a consciência que nos dá a massa dos corpos, sendo massa, ao fim, quantidade de consciência.

Essas estruturas estão situadas em dois campos de estudo, separados pela velocidade da luz. As super-luzenses (velocidades maiores que a da luz) constituem o campo da Psíquica, cujo objeto é o pensamento. As sub-luzenses (velocidades iguais ou menores que a da luz), constituem o campo da Física, cujo objeto é a energia/matéria, com leis próprias, mas derivadas das da Psíquica, como a da EVOLUÇÃO, que determina haver em tudo (e todos) um processo de transformação na busca de estruturas mais complexas de consciência, para a realização de funções mais complexas.

Quando nos detemos na Física, verificamos que energia e matéria são parte de uma mesma realidade e por isso, podem se transformar, uma em outra, sempre com o objetivo de aumentar a complexidade das estruturas, desde as mais simples, meramente ondulatórias às mais complexas, corpusculares. Assim átomos se juntam para formar moléculas, estas se transformam e uma delas se reproduz, gerando a vida, que também cresce em complexidade, desde a célula até o homem. Evidentemente, a evolução não para no homem e se não se manifesta na Terra, certamente já está em outros planetas, os do Sol e de outras estrelas.

Estou observando ao fim de cinqüenta anos de muita observação, muita pesquisa, muito estudo, muita experimentação e muita reflexão, que há um “ego” em cada estrutura viva, desde a da célula, que é uma estrutura psíquica não em um cérebro, que ela não tem, mas em todo o seu corpo. Todas as observações e experiências de cada partícula desse corpo contribui para o crescimento da consciência nele, fazendo evoluir tal “ego”, que passa a precisar de uma outra estrutura física, no qual possa realizar funções mais complexas. Não existindo ainda essa estrutura física, assim já necessária, é preciso criá-la. É justamente essa pressão que promove a evolução das espécies.

Este artigo não pretende ser um tratado e se satisfaz em mostrar fundamentos para estudo e pesquisa. A Psíquica já está aí, cientificamente proposta e fundada. Precisamos agora desenvolvê-la, como ciência. Com ela, podemos ter uma Teoria Unificada para todo o Universo.

NOTAS

[1] O estado de campo é caracterizado pelo conjunto vazio apenas consciente de sua existência, correspondendo a uma infinidade de pontos tão próximos que se fossem mais próximos seriam um só, separados por intervalos infinitesimais cuja soma determina as dimensões nas três direções ortogonais e na duração da consciência no espaço infinito assim tetradimensional. Este estado de consciência ocupa todo o espaço infinito na duração zero, o que significa matematicamente estar simultâneamente em todos os lugares. Isto caracteriza a atualidade. Em segmentos finitos (desse espaço infinito), com duração da consciência acima de zero, estabelece-se a realidade, na qual a velocidade substitui a simultaneidade. Na equação s(segmento de espaço)=v(velocidade).d(duração da consciência), sendo s infinito e d zero, o valor de v é uma indeterminação geradora de contingência que nos leva a um estado de velocidade extrema da consciência em sua capacidade (potencialidade) de estar simultaneamente em dois pontos distantes quaisquer. Passando da atualidade para a realidade, com duração acima de zero, sai-se da indeterminação e estabelece-se que tanto menor será essa velocidade, quanto maior for a duração da consciência, desde o infinitamente pequeno. Assim, partículas que se manifestam com menor duração de consciência (“vivem menos”), apresentam-se em velocidades maiores do que os corpos que têm maior duração (“vivem mais”). A velocidade da luz separa a realidade das partículas e corpos de estrutura física (energia e matéria), da atualidade das estruturas psíquicas, estas super-luzenses.

[2] Neste artigo, não empregamos o termo TEMPO, preferindo a sua qualificação, como DURAÇÃO da consciência, sendo esta a quarta dimensão do espaço. Costuma-se falar em espaço e tempo, separadamente, ou espaço-tempo, como se o tempo pudesse estar fora do espaço. Na realidade, o que assim se considera erradamente ESPAÇO, são apenas suas três direções ortogonais e o que se considera TEMPO, sua única duração. Nessas direções e duração são medidas as dimensões do espaço, assim tetradimensional. Pode existir espaço sem duração (na atualidade puramente geométrica, por exemplo), mas não há duração fora do espaço. É ela quem determina sua realidade física. Por outro lado, o termo CONSCIÊNCIA tem sido empregado apenas como função do cérebro, pela Psicologia, que está para a Psíquica, como a Fisiologia está para a Física. Efetivamente, a consciência não é um atributo exclusivo do cérebro, mas do espaço no seu todo e em cada uma de suas partes. Quem escreveu o Gênesis bíblico, chamou-a, em hebraico, Elohim, palavra não existente e que tem sido tradicionalmente traduzida por “Deus” e mais recentemente por “Atributo de Deus”.
[3] Pessoas não matematicamente treinadas podem obter algum resultado, fazendo um esforço com leituras sucessivas do texto, buscando o significado preciso de cada palavra e sua aplicação correta no contexto. Assim começou a Ciência, com a Alquimia, repetindo-se dezenas, centenas e até milhares de vezes uma experiência, para se chegar a uma descoberta.
[4] Com o passar dos séculos, firmou-se a idéia de que o espírito é a consciência responsável por toda a existência dos conjuntos e sendo ele oriundo de Deus, seria um Espírito Santo. Na verdade, a Consciência de Deus que tudo cria e realiza, dando forma e volume (massa) às coisas e seres. Mais tarde, essa idéia desceu para uma visão mais particular, do espírito em cada ser sendo a consciência total desse ser, não a do seu cérebro, mas a de todas as células, moléculas e átomos do ser. No homem, deu-se a esse espírito o nome de alma, que teria de sair do corpo, quando este se desagrega com a sua morte.