quinta-feira, 15 de julho de 2010

2000 ANOS DE EVOLUÇÃO EM TRÊS ROMANCES

Há quem acredite que o ambiente é bastante para influenciar as pessoas e até alterar sua personalidade. Muito já se escreveu sobre a vocação ser fruto da estrutura sócio-cultural em que se vive. Comigo, isso não foi assim. Não sei, portanto, se isto é verdade.
Quando estudei no Colégio Estadual da Bahia (o Central) em anos da década de 1950, convivi com artistas e poetas, assim como desportistas, que se tornaram famosos na Bahia, no Brasil e até no mundo (caso de Glauber Rocha), mas nunca me senti atraído para fazer o que eles faziam, embora gostasse de ler e escrever e não recusasse convite para tirar o blusão cáqui e a gravata preta, arregaçando as calças e as mangas compridas da camisa, para jogar futebol com bola improvisada numa área coberta por pó de pedra, quando algum professor faltava e tínhamos uma aula vaga.
Ao contrário, fui para a ciência e a tecnologia. Meus livros de lazer eram os romances policiais e de ficção científica e os ensaios de história, geografia e arqueologia. Assim, Platão foi importante para mim enquanto falou da Atlântida e isso acabou levando-me a outros filósofos, porque descobri que sem filosofia não há hipótese científica. Alguma coisa em mim sempre me empurrou para a necessidade de enfrentar o mistério e encontrar solução para ele. Logo me convenci que a informação é a base de todo o progresso, seja numa trilha no meio do mato, seja numa profissão, seja na busca de uma resposta qualquer.

Com a prática do aeromodelismo (este era o meu esporte), fui levado a passar essa informação (das competições) para todos e ainda na escola secundária, eu já era jornalista, penetrando pela redação dos jornais e começando a trabalhar regular e profissionalmente numa delas (Jornal da Bahia) no mesmo ano em que iniciei meu curso de Engenharia Civil na Universidade (Federal) da Bahia (1959). Já tinha contos publicados na revista Vida Juvenil (Editora Vida Doméstica, Rio de Janeiro), nos anos 50, mas foi nos 70 que ganhei página inteira (Ficção e Realidade) naquele jornal, aos domingos, ali colocando minhas estórias curtas de ficção policial e científica, surgindo assim, o investigador particular Nelson Giles Torres, em várias delas.

Formei-me em engenheiro sem deixar o jornalismo e a literatura, logo me tornando professor da Escola Politécnica, onde fizera o meu curso. Meu primeiro livro, um ensaio cosmológico, "Humanidade – Uma Colônia no Corpo de Deus", publicado em 1981 pela Melhoramentos (São Paulo) na sua coleção “Enigmas do Universo” foi bem recebido intelectualmente, mas teve apenas uma edição. Resolvi entrar na área do romance policial e apesar do interesse das editoras Ática e Brasiliense, ambas de São Paulo, pela minha primeira obra (Morte na Politécnica), foi a editora da Universidade Federal da Bahia que a publicou em 1990, uma estória que surgiu no meu Departamento de Transportes, naquela escola, tendo como investigador dos crimes um professor fictício inspirado no engenheiro e matemático, meu mestre, Pedro Tavares Filho, um homem que se gabava de possuir todos os livros de ficção policial editados no Brasil e que saía do cinema antes do fim da projeção do filme, para tentar descobrir sozinho, em casa, quem era o autor dos assassinatos, na fita. Dei-lhe o nome de Washington Mello de Sousa, em homenagem ao presidente (do Brasil) e governador (de São Paulo) Washington Luís Pereira de Sousa, que construiu as primeiras grandes estradas e inaugurou as primeiras linhas aéreas comerciais do País, implantando o serviço de identificação civil na polícia paulista; assim como ao matemático Malba Tahan (Julio César de Mello e Sousa), que valorizou o método dedutivo em sua obra maior, "O Homem Que Calculava".

Naquele mesmo ano, passei dois meses na Alemanha, a convite do Goethe Institut. Escrevi sobre aquela experiência e fui pela primeira vez à Feira do Livro de Frankfurt. Foi o primeiro passo para o caminho que se abriu, levando-me de volta a esse evento em 1994 (ano em que o Brasil era o País convidado), a convite do governo alemão, que nos proporcionou (cinco jornalistas-escritores brasileiros) uma visão completa da Alemanha, oportunidade em que tivemos uma reunião com o Diretor da Feira, a quem prometi levar para o evento um primeiro estande de editora da Bahia. Em 1997, eu cumpria a promessa, assessorando a Fundação Cultural do Estado da Bahia e cobrindo o evento (meu último trabalho como jornalista).

Foi então que tive a idéia de escrever um segundo romance policial de mistério, que seria intitulado "A Noite dos Livros do Mundo". Quando terminei esse livro, já me aposentara das duas atividades, do magistério superior e do jornalismo. A obra ficou tão complexa, que resolvi desmembrá-la e me dedicar ao projeto que chamei de “Nortada”, escrevendo uma trilogia com o investigador particular Nelson Giles Torres como protagonista.
Treze anos depois, o primeiro volume (A Cruz dos Mares do Mundo) está pronto; o segundo, que foi o primeiro a ser escrito (A Noite dos Livros do Mundo), recebe apenas uma pequena reestruturação e acabo de voltar da Turquia e de Portugal, pesquisando para o terceiro livro (A Trilha dos Santos do Mundo).

Quando me perguntam o que é a trilogia, embaraço-me pela dificuldade de dar uma resposta breve, tal a complexidade e amplitude do tema, que abrange todo o período cristão da humanidade e vai buscar no Reino de Deus anunciado por Jesus, o Nazareno, uma denominação para o espaço cósmico já bastante estudado pela realidade da Física e nunca abordado na sua essência pela Psíquica, uma ciência que tive de criar para o estudo desse ESPAÇO COMO CONSCIÊNCIA, sem a qual não há Deus e muito menos sua criação, o Universo.

A verdade é que não tem sido fácil encaixar essa temática, tão ampla e complexa, em três romances que pretendem servir ao entretenimento e abrir as mentes humanas para a sua própria natureza e evolução, como personalidades, egos. Como não é da minha prática e da minha proposta escrever sobre o que não conheço cientificamente, tenho viajado muito e pesquisado bastante, vivendo aventuras como a de andar sozinho por campos e montanhas entre a Cidade do Porto e Santiago de Compostela, por duas semanas e entrando em lugares como uma pequena casa reconstruída numa montanha próxima a Éfeso (na atual Turquia), onde teria morado Maria, a mãe de Jesus., após a crucifixão deste, levada para lá por João, o autor do Livro da Revelação (Apocalipse).

Nesses três livros, todos os cenários são autênticos e vistos por mim, assim como todos os personagens são inspirados em pessoas reais, encontradas por mim, tendo eu falado com elas, por mais estranhas que pareçam. Por exemplo, para construir um personagem assassino que atua na cidade do Porto no início de "A Trilha dos Santos do Mundo", precisei ir a Aveiro, uma cidade a uma hora de trem do Porto, em Portugal, procurando-o entre os peixeiros e o encontrando no mercado do peixe a tirar vísceras de enguias (mantidas vivas após essa operação) com habilidade e destreza extraordinárias. Esse personagem aparecerá apenas no primeiro capítulo do livro, mas tomou-me um dia de pesquisa no local, no mês passado (junho/2010) e tomará muitos dias mais para a sua criação. Assim, já se passaram treze anos, estando prontos apenas os dois primeiros livros da trilogia.

Por outro lado, a narrativa, embora ficcional, fruto da imaginação do autor no que se refere às ações, situações, procedimentos e comportamentos, todas elas estão fundamentadas teoricamente e são verossímeis, fazendo ou propondo experimentação que comprove sua exeqüibilidade. Com esta postura, quero dar um exemplo do que considero ficção realmente científica, não justificando essa denominação para a peça literária que, de científico, tem apenas o cenário do laboratório, seja em um prédio qualquer, seja em pleno espaço cósmico, servindo tão somente de suporte para a criação artística fantástica.

Esta notícia, hoje colocada neste blog, visa situar os interessados no espaço tetradimensional desta proposta literária e científica, que pretende inovar na Literatura, como o fez Victor Hugo, em 1827, conforme seu prefácio no livro "Cromwell", propondo substituir a estética clássica pelo drama romântico que daria mais liberdade ao texto poético, em prosa. Minha inovação é justamente a valorização do conhecimento científico na base da ficção, contra a visão crítica de dar à “ficção científica” um enfoque mais fantástico, imaginário, artístico, do que real, experimental, científico.
É impressionante como teóricos da Cultura tendem a apoiar contradições em benefício da liberdade de criação, sem respeitar os conceitos e a liberdade de se pensar o contrário, agredindo até a fidelidade etimológica.
Tenho consciência de que estou fazendo algo importante para o hábito de ler ficção e para uma visão mais consciente da existência, atendendo aos anseios dos que buscam os resultados da Fé com os conhecimentos da Ciência e a cultura da Razão.

ESTE BLOG TERÁ UM NOVO TEXTO NO DIA 22 DE JULHO PRÓXIMO:
“A CONFIRMAÇÃO CIENTÍFICA DE QUE A EVOLUÇÃO DAS ESTRUTURAS PSÍQUICAS É A CAUSA DA EVOLUÇÃO FÍSICA DAS ESPÉCIES MINERAIS, VEGETAIS, ANIMAIS E INTELECTUAIS”