sexta-feira, 11 de outubro de 2013

AMAR AO PRÓXIMO


Crônica científica

Nada desperta mais interesse no ser humano, do que outro ser humano. O outro. O próximo, que se ama como a si mesmo. O que chamamos de "amor" nada mais é do que a atração universal que um exerce sobre o outro. Isto vale para as estrelas e os planetas, como vale para nós, como vale para os átomos entre si e neles, para prótons e elétrons; também para estruturas de consciência mais velozes que a luz e finalmente, na base de tudo, para consciências pontuais - "existo aqui e agora" - que ocupam posição no espaço infinito - o "Nada" - atraídas por essa força universal que as une e as coloca tão próximas, que, se estivessem mais próximas seriam elas mesmas, separadas por intervalo tão pequeno que se fosse menor não existiria, no universo que o matemático e filósofo alemão Leibniz disse ser o dos entes infinitesimais. Por isso, estamos tão interessados em nossos familiares, em nossos vizinhos, em nossos amigos, em outros seres humanos, assim como em gatos e cachorros, e daí por diante. Por isso as novelas de televisão exploram o relacionamento entre as pessoas e os homens sofrem pelos seus times de futebol ou pelos que morrem na guerra e nas catástrofes naturais. Porque amamos aos outros, como a nós mesmos e não há quem impeça isso, mesmo quando se odeia por ter um interesse próprio contrariado por esse outro, justamente porque aumenta sua velocidade e se afasta, deixando de ser "o próximo". Como um planeta sairia de órbita, em volta de sua estrela, se aumentasse sua velocidade de translação. Tudo isso está na Física, mas igualmente na Psíquica e é a base da construção do Universo e da própria Consciência de Deus.

Aí, alguém diz: "Eu não odeio o outro porque estou em alta velocidade, em volta dele!" Em seguida, pode vir a explicação: "Eu odeio meu vizinho porque não me deixa dormir com o som que ele põe em alto volume, em sua casa!" Em verdade, podemos ter duas pessoas paradas, sentadas, uma em frente à outra, olhando-se e trocando faíscas de ódio, que é a força de repulsão, contrária à força de atração, que é amor. O que temos de ver com toda a clareza é que, neste caso, não são os dois corpos físicos, assim tão próximos e parados, que se odeiam, que se repelem. Se colocamos os dois a dormir, ali, um em frente ao outro, não haverá ódio. O amor, como o ódio - a atração, como a repulsão - são forças psíquicas, que só existem quando há consciência, que pode estar parada e pode mover-se. Quando dormimos, nossa consciência está parada. Há quem acorde lerdo, recusando-se a pensar, pensando apenas em sair da cama ou em ficar mais um pouquinho sob as cobertas, porque está muito frio fora delas, assim mantendo-se psiquicamente quase parado, sem preocupações, sem agenda a cumprir porque é domingo e sem pressão externa a obriga-lo a pensar. Essa pessoa está psiquicamente em baixa velocidade, rigorosamente atraída a manter-se na cama, mas podendo levantar-se, vestir sua bermuda e calçar seu tênis, pulando para fora de casa a correr no seu exercício matinal cotidiano, mantendo-se psiquicamente em baixa velocidade, acenando para os vizinhos, olhando a paisagem e pensando apenas em sua respiração. Nessa pessoa, só há amor, atração. Pode estar fisicamente em alta velocidade, mas psiquicamente parada ou quase parada.

Numa outra situação, há quem acorde excitado porque foi dormir tarde, o caminhão que recolhe o lixo ficou dez minutos em frente à sua casa fazendo barulho às 3 horas da madrugada e sendo domingo, o vizinho o acordou às 7 horas, com um som alto a executar o hino do Bahia, por exemplo. Essa pessoa rolará lentamente na cama, insistindo em dormir, mas o seu cérebro - a sua consciência - estará a mil quilômetros por segundo, lamentando tudo, odiando todos ao mesmo tempo, assim psiquicamente em alta velocidade, apesar de estar fisicamente parado, deitado. O sofrimento, a paixão, é um estado psíquico de alta velocidade, num cérebro que pode estar em um corpo parado ou em movimento. Isto compreendido, podemos aceitar duas pessoas paradas a se odiarem, olhando uma para a outra, cada uma com a própria consciência explodindo de tanto pensamento em altíssima velocidade, querendo sair de órbita, em repulsão. Evidentemente - aproveitemos para dizer - não são apenas os seres humanos ou animais, que têm consciência de sua posição e do seu movimento.

Também, não são apenas os corpos físicos que reagem à ação do outro, como a pedra reage ao ácido que a corrói, porque tem consciência do ataque que sofre. As reações químicas são frutos da consciência que um elemento químico tem do contato com o outro. A dificuldade que o homem tem em frente a esse tipo de informação se deve à sua "crença" científica de que só há consciência no cérebro. Quando o homem compreender que a consciência é universal e se encontra num simples ponto geométrico, sem dimensão, mas com posição própria no espaço infinito, não mais precisará de religião ou de qualquer "crença", porque saberá tudo, inclusive que sua própria consciência é eterna e tanto maior, quanto mais conhecimento tiver. Além da Física, limitada à velocidade da luz, é necessário conhecer a Psíquica, porque o pensamento é mais veloz que esta e pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Tudo isto está em nossa Teoria Unificada do Universo, já publicada desde 2007 e disponível gratuitamente no Google.

Adinoel Motta Maia