sábado, 19 de junho de 2010

Nascimento de Deus 2

Este blog não defende qualquer ângulo de observação. Defende todos. Todos os conflitos intelectuais derivam do fato de que cada pessoa escolhe um ângulo de observação e concentra seus esforços de pesquisa, estudo e análise apenas nessa área, filiando-se a seitas e partidos e recusando tudo o que vem de fora.
Faz-se casas quadradas com quatro paredes, mas abre-se porta e janela apenas para uma delas. Esse procedimento limita o ingresso de dados no sistema neural e empena o processamento ali realizado pelos neurônios, estabelecendo uma verdade que está longe de ser absoluta, completa, iluminada, do Universo, que é o todo e não apenas uma parte.
Quando foi publicado o meu primeiro livro, em 1981 (Humanidade: Uma Colônia no Corpo de Deus, Edições Melhoramentos), eu realizava o processamento dos dados então disponíveis, trabalhando com as evidências e recusando os dogmas da religião e da ciência. Uma dessas evidências era não haver origem para o Universo, mas ser este infinito e composto por universos inúmeros, como se viu neste blog na semana passada (08 de junho), cada um deles um ser vivo que nasce, cresce e morre. Um macróbio.
Os físicos, hoje, mostram-se confusos porque a expansão do universo conhecido (o corpo do nosso “deus”), com suas galáxias, ocorre acelerada, afastando-se uma das outras. Nenhum fisiologista, contudo, se espanta com o fato do corpo humano, de um recém-nascido, com suas moléculas, expandir-se aceleradamente, afastando-se uma das outras.
O “corpo de deus”, evidentemente, é muito maior e deve ser muito mais complexo do que o corpo humano. Por algum processo, os “deuses” se reproduzem, nascem, crescem e morrem. Esse nascimento poderia ser o tal do Big Bang?
Os físicos partidários dessa grande explosão como origem do Universo, todo ele (não apenas de um universo, o nosso), estão tentando provar suas teorias com experiências em aceleradores de partículas e o máximo que conseguem é descobrir que há partículas menores do que as já conhecidas.
Os processos da Natureza têm se mostrado repetitivos, alterando-se apenas a escala. Desde que uma molécula mineral evoluiu para uma hélice que se divide em duas, surgiu na Terra a reprodução. Por que só na Terra? Não vamos aceitar que haja uma lei para cada planeta, estrela, galáxia, etc. no Universo. Podemos ser ignorantes, mas não devemos ser ingênuos. Sempre que descobrimos uma estrutura física (material ou energética) ou psíquica, ela obedece a um padrão já conhecido, a uma lei geral, ainda que tenha suas próprias leis particulares, também repetitivas. A filosofia oriental antiga já tinha descoberto isso, ao dizer que “assim como é embaixo, é em cima”.
O big bang humano é o momento da mitose da primeira célula gerada no útero materno. É possível até que tal separação produza um ruído, que nós não ouvimos, na escala dos seres humanos, mas talvez seja percebido na escala das células. O que se tem, é uma expansão aparentemente desenfreada com a duplicação sucessiva de cada célula, aumentando o tamanho do “corpo” que se torna um embrião até este chegar a feto e logo depois, com o crescimento da criança até uma idade em que o processo para, o homem amadurece e cumpre sua missão evolutiva, para chegar o momento de morrer e desintegrar-se.
O que a nossa Física chama de Universo, provavelmente, é uma célula em formação, crescendo, do corpo de nosso “deus”, nosso universo, que vive ao lado de muitos outros, similares.
No meu livro acima citado, depois de falar de partículas de quase matéria (ver a série FÍSICA E PSÍQUICA, neste blog, aos sábados, em março, abril e maio deste ano), digo que tais quamas enchem todo o Universo, como estruturas ainda primitivas, de consciência, que se unem para formar partículas de matéria. O Universo é espaço, é consciência, é espírito (os antigos místicos orientais deram esse nome a uma espécie de atração que forma estruturas sucessivamente mais complexas).
Ainda em 1980, escrevi nesse livro, o seguinte parágrafo:
“Com humildade, mas com coragem, vejo-me forçado a propor que se considere o quama como a célula do espírito. Para isso devemos admitir a existência de um outro Universo, não material, composto apenas por partícula de pensamento e constituído, no seu conjunto, por complexos de pensamento. Cada um desses complexos seria um espírito e cada “quama” sua célula. Adiante, veremos que se reproduz segundo um programa pré-estabelecido, do mesmo modo como a célula viva da matéria se reproduz segundo uma programação genética. Dentro desta proposta, digo que no início existia uma célula-ovo, um quama que se reproduziu para formar a matéria que deu origem ao universo. Sucessiva e simultaneamente, os quamas assim formados se agruparam para formar leptons e quarks, que se constituíram em átomos componentes das moléculas, que se organizaram em nuvens formadoras de planetas, estrelas e galáxias...”
Trinta anos depois, com mais dados e mais processamento, já tenho uma ciência da consciência – a Psíquica - para receber essa questão. A referida “partícula de pensamento” e os “complexos de pensamento” por ela formados nada mais são do que as estruturas de consciência tratadas neste blog (série FÍSICA E PSÍQUICA), que se organizam em “egos” (partículas conscientes que evoluem em complexidade até se tornarem corpos), pela atração ou espírito, que faz deles autênticas células de consciência (pensamento), de modo que a primeira das quais em uma estrutura material pode ser considerada “célula-ovo” que se reproduz, obedecendo leis da Psíquica (falaremos delas neste blog),na formação dessa partícula material.
Com este exercício intelectual, aqui e agora sinteticamente colocado, trago uma outra alternativa para o beco sem-saída do Big-Bang, que se orienta apenas pela Física e para onde esta não pode mais progredir. Antes da matéria e da energia, há muita coisa, que só a Psíquica explica.
EM JUNHO, O BLOG SUPLEMENTA A SÉRIE FÍSICA E PSÍQUICA PARA QUE SE TENHA TEMPO PARA RELEITURA, REFLEXÃO E ESTUDO DELA. O PRÓXIMO TEXTO SERÁ COLOCADO AQUI EM 28 DE JUNHO.